“[...] O ESPÍRITA BEM INSTRUÍDO NA SUA DOUTRINA – Parte 5

24) Dogmatiza que Deus assim seria injusto e por isso nega o pecado original.

Nós não brincamos e nem fazemos caso das coisas divinas como assevera insistentemente o religioso.

Maior pecado é, a meu ver, inventar pecados inexistentes e induzir as pessoas incautas a crerem neles. Não podemos confirmar uma coisa infundada, sem bases sólidas. O pecado original é mais uma criação da Igreja, pois, dizem os padres que tal pecado originou-se com Adão e Eva, por terem cedido à tentação da Serpente e comido do furto proibido e, por esse motivo, o pecado original ficou como um legado a toda a humanidade. Ou seja, eles pecaram e nós que não temos nada a ver com as suas fraquezas, temos que arcar com uma culpa que não é nossa. Será que isso faz sentido? Vejam o que diz a Wikipédia sobre o assunto:

“Pecado original

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

clip_image002Adão e Eva numa pintura de Lucas Cranach (1513-15).

O pecado original faz parte das doutrinas judaico-cristãs e, entre outros objetivos, pretende dar explicações sobre a origem da imperfeição humana, do sofrimento e da existência do mal. Segundo esta doutrina, e baseando-se no relato bíblico do livro do Gênesis, os primeiros seres humanos e antepassados da humanidade, Adão e Eva, foram advertidos por Deus de que, se comessem do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, no mesmo dia morreriam, o que fizeram tendo sido instigados pela serpente, tendo Eva aceitado a instigação primeiro e oferecido a fruta a Adão, que aceitou. No entanto continuaram vivos, mas foram expulsos do Jardim do Éden ou Paraíso. Existem polêmicas quanto ao significado dessa narrativa, bem como em que constituiria tal pecado original, se é que seria realmente algum -algumas denominações cristãs chegam mesmo a negar a sua existência. Na perspectiva cristã, contudo, a morte (imerecida) de Cristo é recorrentemente suposta como necessária para salvar os seres humanos desse "pecado de origem" que seria congênito, de geração em geração. Nenhum trecho bíblico traz esclarecimentos que pusessem fim à essa que é uma das maiores diatribes cristãs. As doutrinas sobre este pecado têm sido historicamente um dos principais motivos de cismas, heresias e divisões entre os cristãos desde os séculos iniciais do cristianismo e várias hipóteses divergentes sobre o significado da narrativa existem também entre estudiosos laicos do texto (antropólogos, psicanalistas e outros).”  (Grifo nosso).

25) Dogmatiza que Deus não pode conceder nem graças nem favores, mas tem que dar a todos exatamente o mesmo.

As insinuações são persistentes e irritantes. Mas, mesmo assim, procurando ficar insensível às picadas que nos afligem, afirmo sem medo de cincada que Deus não concede graças e nem favores imerecidos a quem quer que seja, simplesmente porque alguns seguimentos religiosos pregam e querem que seja assim.

O homem, ser impiedoso, orgulhoso e egoísta extremado, que almeja ser mais do que realmente é, criou um deus à sua imagem e semelhança, atribuindo-lhe todos os seus defeitos. Deseja ardentemente ser ele, isoladamente, o preferido, merecedor de todas as graças e favores divinos. Porque anseia, crer cegamente que Deus cederá às suas aspirações, razão pela qual não se rende às evidências de ensinamentos coerentes, embasados no discernimento do raciocínio. Porque pertence a uma determinada casta, a uma raça, possui bens terrenos e tem servos a seu serviço acha que a Providência deva também estar a protegê-lo de tudo e de todos, por se crer um privilegiado em potencial, tanto na Terra como no Céu.

Ledo engano. Todos nós somos seus filhos, suas criaturas, fomos criados simples e ignorantes, sem prerrogativa nenhuma, com o mesmo direito à vida, tendo que passar pelas mesmas provas, e em conseqüência dos erros, pelas mesmas expiações. Avançamos lenta e progressivamente na escala espiritual, de acordo com a nossa índole. Se somos previdentes, capazes de suportar com firmeza as vicissitudes da vida, avançamos mais rapidamente. Se, ao contrário, somos relapsos e inconformados, rebelados com a Onipotência, sofreremos retardos mais ou menos lentos e penosos, dependendo do nosso gênio, coisa não muito difícil de entender. Devemos amá-Lo e respeitá-Lo e estarmos submissos à Sua vontade. Isso é o que inegavelmente prega o Espiritismo Kardecista.

26) Dogmatiza que Deus não pode perdoar pecados sem que preceda rigorosa expiação e reparação feita pelo próprio pecador, em sempre novas encarnações.

Deus pode fazer o que bem lhe aprouver. Ele criou e continua criando incessantemente vidas em abundância numa constante expansão de sua obra eterna. Criou leis infindáveis e imutáveis e não vai revogar suas leis meramente porque o homem terreno quer, já foi dito.

Aliás, o desenvolvimento da razão anterior (25), já responde esta por antecipação.

27) Dogmatiza que a penitência voluntária e a contemplação nada valem perante Deus.

A esse respeito, vejamos o que respondem os Espíritos Superiores a Allan Cardec, no Livro dos Espíritos:

PENITÊNCIAS

″720. São meritórias aos olhos de Deus as privações voluntárias, com o objetivo de uma expiação igualmente voluntária?

“Fazei o bem aos vossos semelhantes e mais mérito tereis.”

a) — Haverá privações voluntárias que sejam meritórias?

“Há: a privação dos gozos inúteis, porque desprende da matéria o homem e lhe eleva a alma. Meritório é resistir à tentação que arrasta ao excesso ou ao gozo das coisas inúteis; é o homem tirar do que lhe é necessário para dar aos que carecem do bastante. Se a privação não passar de simulacro, será uma irrisão.”

721. É meritória, de qualquer ponto de vista, a vida de mortificações ascéticas que desde a mais remota antiguidade teve praticantes no seio de diversos povos?

“Procurai saber a quem ela aproveita e tereis a resposta. Se somente serve para quem a pratica e o impede de fazer o bem, é egoísmo, seja qual for o pretexto com que entendam de colori-la. Privar-se a si mesmo e trabalhar para os outros, tal a verdadeira mortificação, segundo a caridade cristã.”

722. Será racional a abstenção de certos alimentos, prescrita a diversos povos?

“Permitido é ao homem alimentar-se de tudo o que lhe não prejudique a saúde. Alguns legisladores, porém, com um fim útil, entenderam de interdizer o uso de certos alimentos e, para maior autoridade imprimirem às suas leis, apresentaram-nas como emanadas de Deus.”

VIDA CONTEMPLATIVA

657. Têm, perante Deus, algum mérito os que se consagram à vida contemplativa, uma vez que nenhum mal fazem e só em Deus pensam?

“Não, porquanto, se é certo que não fazem o mal, também o é que não fazem o bem e são inúteis. Demais, não fazer o bem já é um mal. Deus quer que o homem pense nele, mas não quer que só nele pense, pois que lhe impôs deveres a cumprir na Terra. Quem passa todo o tempo na meditação e na contemplação nada faz de meritório aos olhos de Deus, porque vive uma vida toda pessoal e inútil à Humanidade e Deus lhe pedirá contas do bem que não houver feito.” (640)

28) Nega qualquer graça santificante e a vida sobrenatural.

Eu francamente não entendo o que seja uma graça santificante, mas direi que sobre a vida sobrenatural, se assim a percebo, é do que muito se ocupa o Espiritismo, a estudar o mundo espiritual em toda sua plenitude, notadamente as relações entre os entes encarnados e desencarnados. Diferente de outras crenças que não aceitam a preexistência da alma e, conseguintemente, a reencarnação, estudamos todos os matizes espirituais, auxiliados, evidentemente, pelos bons espíritos, nossos mentores.

Não podemos é compartilhar de ensinamentos equivocados, de mistificações, pregações em desacordo com as leis naturais e com os ensinamentos de Nosso Senhor Jesus Cristo. Sem querer agravar, é sabido por todos que os dogmas da Santa Madre Igreja são, senão todos, grandemente, editos conciliares ou papais, sem contar com a interferência, em seus assuntos, de reis, rainhas e outros potentados, quando da sua infância. Nunca houve harmonia geral entre seus patriarcas, daí os cismas, as heresias, os anátemas.

Tudo para a Igreja pode ser santificado: o dia, a semana, o homem, o templo ou o lugar, e talvez seja isso que o autor chama de graça santificante.

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