PÃO E CIRCO

 

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Apesar do longo tempo percorrido por gerações sucessivas, ainda conservamos alguns hábitos e comportamentos remotos que tendem a se perpetuar, não sei por que razão, pois, sabe-se que nada dura para sempre. Entretanto, as constantes mudanças ocorridas ao longo de milênios não foram suficientes para apagar reminiscências de alguns costumes e práticas como: a lei do mais forte, a lei egoísta de levar vantagem em tudo, mais conhecida entre nós como “Lei do Gerson”, os dois pesos e as duas medidas e pão e circo, sendo este último, artifício inventado pelos romanos para controlar as massas da plebe descontentes com o poder temporal.

Possivelmente pensando à romana, muitos dos gestores atuais vem adotando “o pão e circo”, sendo o circo, o mais popular praticado, em níveis estadual e municipal, em maior escala, como medida padrão de contentamento popular que praticamente tem sido a principal fonte de arregimentação de votos entre as massas menos esclarecidas e mais chegadas a festas, aquelas que se comprazem com as apresentações de artistas e bandas, - notadamente se estas forem de forró -, pois, já ouvi de alguns dentre estes personagens do poviléu, frases como: “este é que é o prefeito, que só trás banda boa!”, querendo dizer, quem sabe, ser esta a pessoa certa para a condução do destino do município.

Algumas festas chamam atenção pela demonstração de poder e pelo absurdo dos gastos, pois, quem atira com a pólvora alheia não toma chegada.Um bom exemplo do que falo são as festas de fins de ano onde a farra é feitas com os músicos mais caros do País, sem contar as toneladas de fogos de artifícios queimadas nos réveillons.

É oportuno observar que não falta dinheiro para festas de todo tipo e é comum vê-se o dinheiro público sendo aplicado em frivolidades, coisas sem a menor importância para a nação, para o estado ou município, como propaganda, por exemplo. Entretanto, nunca, mas nunca mesmo, tem verba para educação, saúde e segurança que, a meu ver, devem ser prioridades absolutas em qualquer governo que se preze. Que se façam festas quando realmente for necessário, porém, sem exagero, porque deixa margem a se supor que há verba sobrando e que está sendo mal aplicada.

O erário deve acumular reservas monetárias para serem empregadas em obras e serviços que beneficiem o povo que é quem banca todas as despesas com o pagamento de impostos, mas que, a bem da verdade, não tem o retorno esperado.

Estas más práticas continuam em pleno vigor, reinando absolutas, com mão de ferro, apesar dos constantes embates impetrados contra as mesmas, por cidadãos preocupados com o futuro do seu estado ou cidade, cujas ações tem-se mostrado ineficazes por mais atuantes que sejam e parece que nem de longe tocam os sentidos desses gestores insensatos, que, provavelmente inebriados pelo poder, pela abastança e pela fama tornam-se insensíveis e perdem o tino de responsabilidade.

antromsil

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