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A Origem do Vidro

Não é possível precisar ao certo a origem do vidro. Alguns historiadores atribuem a descoberta do vidro aos mercadores fenícios, que o teriam descoberto acidentalmente, há mais de quatro mil anos. Isso teria ocorrido quando atravessavam o deserto, e utilizavam placas de nitrato de sódio sob as panelas durante o preparo dos alimentos. Eles começaram a perceber no solo, a formação de um material desconhecido: o vidro. Outra versão atribui a navegadores fenícios, que ao acenderem fogueiras em praias onde havia as duas matérias-primas básicas (a areia e o calcário de conchas), observaram que após sofrerem a ação do calor, o solo abaixo da fogueira resultava em um líquido transparente: o vidro.

No entanto, o vidro talvez seja uma invenção mais antiga ainda, conforme sustentam algumas pesquisas arqueológicas. Estudos têm apontado que os primeiros objetos de vidro de que se tem notícia foram encontrados dentro das pirâmides do Egito.

Ficheiro:Bristol.blue.glass.arp.750pix.jpg

Apenas próximo ao ano 100 a.C., as técnicas de fabricação se desenvolveram. Foi quando os romanos começaram a utilizar o sopro, dentro de moldes, na fabricação do vidro, o que possibilitou sua produção em séie. Até 1900, a produção dessa matéria-prima ainda era considerada uma arte quase secreta.

O vidro é uma substância líquida, com um altíssimo grau de viscosidade à temperatura ambiente, variando em função da temperatura. É composto basicamente por areia (sílica ou vitrificante) sulfato ou carbonato (abaixo da temperatura de fusão da sílica) e um estabilizando (geralmente cal, que atribui resistência ao vidro). Quando essa mistura é elevada à temperatura de 1500º C, forma uma massa plástica e viscosa. O processo de fusão é muito complexo e envolve basicamente reações químicas entre as diversas matérias primas, a formação de fases líquidas e homogêneas, a eliminação dos gases produzidos nas reações químicas e finalmente, a formação de uma massa vítrea homogênea pronta para ser fornecida às máquinas de formação.

Na medida em que essa massa esfria, a viscosidade aumenta até que se obtém o vidro. As propriedades do vidro não somente dependem da temperatura e da pressão, como também de sua história térmica (o caminho percorrido para esfriá-lo, através da passagem por várias temperaturas, desde o estado líquido até o sólido) .

Já a coloração é feita pela adição de outras substâncias: cobalto para o vidro azul, óxido de cobre para o verde, óxido de ferro para o vidro bronze e sulfato de zinco para o fumê, por exemplo.

Quase 90% de todo o vidro fabricando no mundo é do tipo “vidro soda-cal”. A composição química deste tipo de vidro é resultante de vários fatores, entre os quais a facilidade de fusão, matérias primas mais facilmente disponíveis e propriedades física-quimicas adequadas às maiores aplicações possíveis.

Características
O vidro tem incontáveis aplicações nas mais variadas indústrias, dada suas características de inalterabilidade, dureza, resistência e propriedades térmicas, óticas e acústicas, tornando-se um dos poucos materiais ainda insubstituível, estando cada vez mais presente nas pesquisas de desenvolvimento tecnológico para o bem estar do homem moderno nos mais variados setores, como por exemplo: Vidro plano, vidro oco (frascaria e embalagens), lentes, fibra ótica, lã de vidro, lâmpadas, enfim, uma gama incontável de aplicações.

A diferença entre o vidro comum e o cristal

As diferentes nomenclaturas são utilizadas para diferenciar os processos de fabricação e produtos finais distintos, embora utilizem a mesma matéria-prima.

O Vidro é produzido por sistema de laminação de cilindros, portanto, sujeito à distorção de imagem por falta de paralelismo entre as superfícies em função do próprio processo, encontrando-se atualmente em fase de extinção substituído hoje, pelo processo float glass, com produto incomparavelmente superior.

O Cristal (Float Glass) é produzido através d o processo predominantemente utilizado entre os fabricantes mundiais. É obtido através do deslizamento do material em fusão, sobre uma camada de estanho líquido, com temperatura e atmosfera controladas, produzindo lâminas de vidro com superfícies perfeitamente paralelas sem distorções de imagem com excelente qualidade ótica.

Cristais Refletivos

É o resultado da aplicação de óxidos metálicos sobre a superfície do vidro, apresentando índice de reflexão de energia solar, maior do que a do cristal comum, variando esses índices de acordo com a cor utilizada na película metálica e da cor da matéria-prima de cada fabricante.

Vidros Esmaltados

São produzidos através da aplicação de esmaltes vitrificáveis em cores lisas ou decoradas, fundidos durante o processo de têmpera sobre a superfície do vidro, permanecendo inalterável e irremovível.

Vidro Temperado

Seu processo de fabricação consiste no aquecimento da matéria-prima (cristal ou vidro impresso) à temperatura de 650/700ºC, recebendo logo após, choque térmico provocado por jatos de ar. Esta brusca mudança de temperatura gera uma compressão das faces externas e expansão na parte interna, adquirindo neste processo características de resistência muito maior do que as do vidro comum.

CURIOSIDADES:

Com um quilo de caco, pode-se fazer 1 kg de vidro novo.

O mesmo vidro pode ser reaproveitado quantas vezes precisar

Um vidro jogado na natureza leva 4000 anos para desaparecer.

O Brasil alcançou um índice de 45% no reaproveitamento de embalagens em relação à produção total no País que é de 910 mil toneladas/ano, segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Vidro (Abividro-2003).

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