O que é o Raio X – Partes III e IV

História do Raio X - III

clip_image001É difícil imaginar o conhecimento que temos hoje sobre o corpo humano, os tratamentos atuais e a própria medicina que temos sem o Raio X. O artifício que nos possibilita observar de forma clara nossos ossos, sem cortes ou grandes dificuldades. Fraturas, luxações, ossos deslocados, puderam ser diagnosticados de forma bem mais precisa e rápida, graça ao Raio X. O início do que seria esse método aconteceu em 8 de novembro de 1895, na Alemanha, com o Físico Wilhelm Conrad Rontgen (1845-1923). Tem esse nome dado por Conrad, por “x” ser uma letra geralmente dado a uma variável desconhecida. Como o raio era ainda uma incógnita, foi assim chamado.

Conrad Rontgen era um físico alemão que, em meio a estudos sobre raios catódicos, teve resultados que levariam à descoberta da técnica de Raio X. Raios catódicos são elétrons que passam por um tubo previamente construído para possibilitar esse efeito. Esse tubo, chamado de tubo de Crookes, deveria apresentar uma diferença de potencial entre dois polos (positivo e negativo) de forma que um feixe de elétrons passasse do polo negativo para polo positivo. Esse experimento que dava condições de estudar os raios catódicos foi descoberto por Willian Crookes, físico inglês.

Conrad Rontgen estava fazendo experimentos com o tubo de Crooke, envolvido por uma caixa coberta com filme negro. Essa caixa foi colocada em uma câmara escura e próxima a ela um papel coberto de platinocianeto de bário. Esse papel começou a apresentar uma luminosidade que deixou Rontgen intrigado. Depois colocou numa caixa o tubo de raios catódicos, papel fotográfico e alguns objetos que não permitiam a passagem de luz por seu interior. Foi percebido que, apesar de fazer essa luminosidade chegar mais fraca ao papel fotográfico, esses raios podiam penetrar através de matérias opacas e chegar ao papel fotográfico.

Foram ainda muitas experiências, mas a que foi a determinante para se chegar ao resultado que temos hoje foi a de pedir a sua esposa para colocar a mão entre um papel fotográfico e o dispositivo. O resultado foi a primeira radiografia: os ossos da mão, e sua aliança, tinham ficado marcados no papel. Mais tarde, com intensivo estudo a respeito do raio x, notou-se que a exposição de pessoas sem nenhuma proteção, em alta quantidade traria problemas como feridas, empolamento, leucemia e até lesões cancerígenas, podendo causar a morte.

Houve uma grande discussão sobre a natureza do Raio X. A dúvida era de considerar esse raio como uma onda ou como uma partícula. Enquanto isso, em 1912, Walther Friedrich e Paul Knipping conseguiram evidências científicas de que o Raio X seria uma onda (conseguiram que se comportasse como a luz, atravessando um cristal e apresentando difrações), por outro, em 1920, tiveram experimentos em que o raio se comportou como um corpo físico. Louis de Broglie, físico francês, uniu as equações de Plank (E = h.v) com a de Einstein (E = m.c2). Seu resultado para esse trabalho foi a frase “tudo o que é dotado de energia vibra, e há uma onda associada a qualquer coisa que tenha massa”. Por fim, se chegou ao consenso que Raio X é uma onde eletromagnética.

Hoje, o Raio X é muito usado para fins medicinais. O diagnóstico de fraturas e outras complicações ósseas fica bem mais rápido para ser achado e tratado. Não só para problemas relativos aos ossos: objetos que são achados dentro do estômago de pessoas que engoliram algo por acidente, o local de alguma bala alojada no corpo do paciente e outros corpos estranhos que possam estar alojados dentro dele.

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Radiologia - IV 

A radiologia é a ciência que estuda as estruturas, os órgãos e corpo humano em geral através do uso do Raio X. Sua história e sua trajetória estão ligadas ao desenvolvimento dessa descoberta de 8 de novembro de 1895, quando Wilhelm Conrad Rontgen fez descoberta do Raio X. A área não trabalha só com o exame de Raio X, mas também com exames como ultrassonografia, mamografia, tomografia, ressonância magnética e ainda outras formas de se clip_image003aproveitas essa tecnologia.

A área tem uma boa variedade de exames e também de especialidades. Não é restrito somente ao estudo do corpo humano, mas também de outros materiais. Sendo assim, o ramo é útil a medicina, mas também às áreas da Veterinária, Odontológica, Mecânica e outras. Exemplos de especializações para a radiologia são: Radiologia Médica, Radiologia Veterinária, Científica, Alimentícia, de Projetos, Ambiental e ainda outras.

Independente da especialização que se toma nessa área, algo necessário para se trabalhar é saber interpretar as imagens resultantes do exame de Raio X. Essas imagens são o resultado do exame e objeto de análise, portanto é necessário, além da capacidade de leitura, uma boa qualidade dessa imagem. Essa qualidade depende de alguns fatores como: a resolução da imagem, contraste e nitidez. Outros fatores técnicos como a geometria da imagem, posição correta do filme em relação à máquina e alguns peculiaridades do Raio X produzido em cada máquina também são importantes para a boa formação da imagem final do exame.

A imagem tem, em sua maioria, a cor escura. Isso se deve ao fato do papal ser atingido pela radiação na maioria de sua área; quanto mais exposto à radiação o papel é, mais escuro ele fica. Os outros tons que ficam presentes na imagens é o branco e alguns tons claros. Essa partes são as estruturas do corpo que não permitiram a passagem dos raios e são as partes de interesse do exame. No entanto, esses tons claros significam que não permitiram parcialmente a passagem do Raio X e podem ser também analisados. Essa capacidade de permitir, ou não, a passagem do Raio X é chamada densidade radiográfica e depende do material que é formado, tamanho, da intensidade do Raio X e, ainda, outros fatores que são levados em consideração.

Dos elementos do corpo humano, o osso é o de maior densidade radiográfica, portanto, é o de área mais branca (permite que pouquíssimos Raios X passem). Metais são ainda mais densos que o osso; logo, a localização de um corpo estranho metálico dentro do corpo é relativamente fácil com esse tipo de exame. Gorduras, músculos e líquidos são áreas de pouca densidade radiográfica e, portanto, acinzentadas no exame. O ar é o elemento presente no corpo com menor capacidade de impedir a passagem de raio; portanto, é a parte mais escura do exame.

Para se realizar esse exame, existe um profissional especializado na área: o radiologista. Para atuar na área é necessário se formar em Medicina e depois se especializar na área de Radiologia. O profissional tem, entre outras funções, que fazer as radiografias com o devido equipamento, analisar as imagens resultantes do exame, fazer o diagnóstico do resultado do exame e também fazer uma avaliação da situação do paciente para encaminhar para os médicos responsáveis por tratar os problemas detectados na imagem do Raio X. A profissão só se tornou possível depois de técnicas para reduzir a radiação, que eram mandadas para as pessoas que realizavam o exame (o excesso dessa radiação traz consequências graves à saúde) e assim nasceram os tubos de Raio X, com esse intuito de proteger esses profissionais. A Radiologia Industrial teve início em 1920, quando se iniciaram estudos sobre aplicação de raio x para inspeção de materiais.

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