APRENDIZ DE PREFEITO

 

Um conto de Antromsil

NOTA – esta é uma obra de ficção e como tal deve ser entendida. Qualquer semelhança com algum caso real será mera coincidência.

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Imagem meramente ilustrativa.

 

Numa pequena cidade (fictícia) do interior nordestino, chamada de Flor-do-campo, no estado (também fictício) de Platina, a agitação é grande por causa da aproximação das eleições. Os partidos se articulam para formar alianças para a escolha do melhor nome que possa unificar e melhor representar as suas siglas partidárias. A população também especula qual será o candidato A, qual será o candidato B, de forma que quase todos os colóquios de rua e mesmo entre familiares era a definição dos próximos pretendentes à prefeitura e a câmara municipal.

Feitas as coligações e definidas as posições, os nomes são aprovados nas convenções partidárias e registradas no Tribunal para comprimento das formalidades da lei, sendo que dois nomes apareceram, dentre os escolhidos pela situação e pelo bloco da oposição, como sendo uma candidatura de consenso.

O primeiro, Sr. Felício Mendes, candidato já conhecido da população e de tradicional família da região, representava o lado situacionista. O segundo, do bloco da oposição e formado pelos partidos menores, foi escolhido um cidadão de classe média, o Sr. Severino José da Silva, como uma alternativa dentre os pré-candidatos para evitar um racha, o que, inevitavelmente provocaria um impasse e inviabilizaria uma candidatura de oposição, abrindo o precedente de uma candidatura única para o município, o que, a bem da verdade, era inadmissível.

Sr. Severino José da Silva era uma pessoa bem relacionada na cidade. Médio comerciante, também tinha algumas terras, jovem ainda, pois, tinha somente 41 anos de idade, 2º grau incompleto, vivaz, cordial e prestativo, porém como ninguém é perfeito, também era um pouco estouvado e inconseqüente e estava se envolvendo em política pela primeira vez, pois, pra falar a verdade, nem estava muito interessado.

Como acontece a maioria das vezes em nossa região, a cidade também tinha os seus próceres, os quais durante muito tempo, tinham o domínio das rédeas do poder e há muito não encontravam um oponente à altura, capaz de lhes encarar frente a frente. Os vícios eram os mesmos que já são do nosso conhecimento: muita promessa, muita falácia e nada de desenvolvimento da cidade. Prometia-se como sem falta e faltava-se como sem dúvida, razão pela qual o eleitorado não estava lá muito satisfeito com a indicação do Sr. Felício Mendes, por ser o mesmo um continuador da política contaminada da embromação, do apadrinhamento político, da barganha, dos conchavos e do nepotismo.

Tal descontentamento favoreceu os opositores políticos que aproveitaram a deixa, e cujo resultado, -- embora não esperado por grande parte dos políticos locais e da população que conhecia os métodos de persuasão e pressão utilizados pelos situacionistas, -- foi a eleição do Sr. Severino, em primeiro turno, para desespero dos chefes políticos da cidade e seus simpatizantes.

A agitação foi geral! Passeatas, faixas, bandeiras e cartazes conduzidos pelas ruas, foguetório, uma grande festa; afinal, era o acontecimento do ano. É claro que houve contestação por parte da oposição, que descontente com os resultados das urnas tentou, debalde, embargar algumas delas alegando votação fraudulenta.

Antes da posse foi reunida a família, (incluindo alguns amigos), e, nesta ocasião foram traçados planos, dadas algumas sugestões, além de alguns conselhos quanto ao procedimento do novo prefeito, para não incorrer nos mesmos erros dos seus antecessores e para que procurasse fazer um bom trabalho, pois, patriarca da família, Sr. Balbino José da Silva, gostaria ver o nome da família inscrito com notoriedade na história do município, apesar de não ser uma família de tradições políticas.

Em conversa particular com o filho, indicou um cidadão chamado Samuel de Menezes Braga como seu secretário particular, por ser este uma pessoa com conhecimentos em administração, visto que era funcionário público aposentado e por haver trabalhado na prefeitura de São Paulo e que, embora não fosse da cidade, havia ma de encarar frente a frente; estava muito interessado.embargar algumas delas alegando votaçdas urnas tentou debalde,muitos anos ali radicado, porque escolhera como esposa uma cidadã florcampense.

-- Você precisa nomear o Samuel, meu filho, porque você vai precisar de alguém com vivência, que possa lhe orientar em algumas dificuldades e esse homem conhece bem o assunto. Você não lidará somente com o povo; terá que se entender com políticos eminentes e com todas as autoridades constituídas, pela importância do seu cargo.

-- O Sr. Tem razão, pai. A minha experiência como agropecuarista, comerciante e pai de família é insuficiente. Dirigir os rumos de uma cidade como a nossa, que, embora seja pequena requer dedicação e um trabalho bem elaborado. Não quero lhe decepcionar, meu pai, e nem decepcionar a mim mesmo! Palavra de honra!

O Sr. Samuel era uma pessoa conhecida e respeitada pelo seu caráter de homem sério, ilibado e simpático. Tinha como defeito apenas o hábito de tomar uma pinga com os amigos, mas, sem excessos. Vez por outra, também fumava um cachimbo e dava uma escapulida com alguma cocote da região, porque ninguém é de ferro. Quando da sua nomeação, pediu somente não tomar parte ou conhecimento de alguma coisa ilícita, no que foi aceito.

-- Os meus primeiros conselhos, meu caro jovem, são:

1º - Que não seja imprudente; pense bastante, medite o quanto puder quando tiver de tomar uma decisão importante. Prudência e caldo de galinha não fazem mal a ninguém.

2º - Seja humilde. Não se ache a pessoa mais importante do mundo, pois o mundo pode não pensar o mesmo de você.

3º - Seja também paciente. A pressa é inimiga da perfeição.

4º Não radicalize, isto é, seja flexível quando necessário; porém, seja inexorável se situação assim o exigir.

5º - Orgulho e egoísmo são os nossos piores defeitos. Ninguém é perfeito, eu sei, mas procure combater esses males que habitam o coração de toda humanidade e emperram o nosso progresso moral. Não se deixe levar pelo envaidecimento quando alguém lhe dirigir um elogio. O elogio deve ser entendido como um estímulo, um incentivo. Na sua nova função, não pense somente no que é bom para você mesmo; você irá dirigir o município em prol de toda uma comunidade, portanto, pense no coletivo; cuide do povo como se estivesse cuidando da família.

Em segundo lugar, quando assumir o cargo:

1º - Não queira criar novos cargos desnecessários somente para satisfazer aos seus pares ou a você mesmo. O exemplo deve começar pelo titular. Não ceda às pressões; faça concessões somente se forem justas e necessárias ao bom andamento da administração.

2º - Não assine nenhum documento sem antes ler ou tenha sido lido por alguém de sua extrema confiança, pois entre alguns documentos a serem assinados pode vir algum de conteúdo malicioso ou mesmo danoso aos cofres públicos, que, depois de assinados podem causar embaraços à sua administração.

Inicia-se um novo governo na cidade de Flor-do-campo. Muita coisa teria que ser consertada; muito mais teria de ser modificada pela simples razão de que, quem sai deixa somente desordem. Dinheiro em caixa, que é bom, somente uns poucos níqueis e muita conta a saldar.

Definidas as funções, traçados os todos os planos, o novo gabinete começa a trabalhar. Em sua primeira reunião, cuja pauta era arrumar a casa e o enxugamento da folha de pagamento, foi feito um levantamento da real situação do município e verificou-se que esta estava em desacordo com a Lei Orgânica do Município e com a receita, dentre outras irregularidades.

-- Temos que cortar na própria carne se preciso for para corrigir esses erros – falou o prefeito.

-- Mas, por outro lado não devemos criar embaraços com os vereadores, pois, vamos precisar dos mesmos para a aprovação dos seus projetos, falou o Secretário de Obras.

-- Alguns dos nossos vereadores também têm os seus apadrinhados. Teremos que agradar a gregos e troianos se não quisermos insatisfações, acresceu o Secretário da Saúde.

A conversa foi longa e não foi possível se chegar a um acordo, porque o prefeito não queria criar situações embaraçosas e marcou uma segunda reunião para o dia seguinte.

Já em seu gabinete, convocou o seu Secretário particular que, solícito, lhe acorreu.

-- O que você me diz sobre reunião?

-- Você foi muito bem, meu caro senhor. Vá com calma; mas tente convencê-los de que o tempo urge e que as pessoas sérias desta cidade acreditam que a atual administração é capaz de moralizar os serviços públicos tão aviltados nas gestões passadas.

-- Devo fazer algumas cessões?

-- Sim, porém por pouco tempo, até que eles se acostumem com o seu modo de agir.

Assim foi feito. A folha de pagamento não foi completamente enxuta desta vez. Porém, após consultar o seu conselheiro, resolveu que não ficaria enclausurado em seu gabinete. Queria conhecer de perto todas as repartições, escolas, postos de saúde, hospital, etc., para verificar as carências e poder melhorar o atendimento ao público. Na primeira repartição visitada foi solicitada a folha de presença dos funcionários na qual constava a assinatura de todos, porém cinco estavam ausentes: um morava no município vizinho, outros dois nunca apareciam, a não ser para receber o salário. O prefeito quis engrossar, porém foi contido com um toque de cotovelo pelo seu conselheiro que o acompanhava.

-- Onde está o secretário?

-- Em sua residência. Saiu para tratar um assunto de família – disse a secretária.

-- Às 14:00h em ponto eu quero falar com ele em meu gabinete.

-- Quero que a senhora se encarregue arrumar essa desordem! Ponha tudo no seu devido lugar e me faça um relatório que está faltando para que esta casa funcione em perfeita harmonia! Faça-me também o favor de ir pessoalmente falar comigo levando todos os dados dos funcionários lotados nesta repartição e os livros de ponto, à mesma hora!

A repartição visitada a seguir se assemelhava à primeira em desalinho e assim a terceira, a quarta, etc., e, dentre as anomalias encontradas, foram detectadas a ausência de computadores que estavam sedo usados por funcionários em suas residências, veículos a serviço de terceiros ou usados para o lazer de funcionários, bem como outros equipamentos. Havia dentre os funcionários mais graduados uso de celulares cuja fatura era paga, adivinha por quem? Foram também detectados funcionários analfabetos de pai e mãe percebendo salários como professores, funcionários falecidos ainda constando na folha de pagamento, etc.

À exceção de uma escola da cidade, todas as repartições da sede e dos distritos apresentavam alguma irregularidade, o que fez o prefeito tomar a resolução de habitualmente visitar, sem aviso prévio e em qualquer dia da semana, uma determinada repartição, e semanalmente fazer uma reunião com uma delas, em particular.

A chiadeira foi imensurável! Pessoas havia com cerca de 20 anos “prestando serviço” ao municio e nunca tinha levado um falta, embora muitas vezes passasse de mês sem pisar no emprego. Aqueles que moravam fora do município estavam então arrasados. Pra quem apelar se os seus protetores haviam perdido a eleição?

Entretanto o prefeito foi enérgico. Chamou todos os responsáveis a prestar esclarecimentos, demitiu os inúteis e puniu os faltosos.

Seus antagonistas não ficaram passíveis e recorreram à justiça em favor de seus protegidos.

-- E agora, Samuel? Estou sendo pressionado pelos aliados e até por alguns amigos.

-- Tenha calma. Faça um edital de concurso convocando o pessoal interno e externo, conforme o que está disposto na lei, até porque o município está crescendo e carece de mais mão de obra. Acione o advogado da prefeitura para que conteste as ações impetradas. É assim que funciona. Mas aja com firmeza.

-- Quanto ao advogado, este não é lá muito confiável, apesar de ser dos bons e ser um dos nossos parceiros.

-- Pressione-o; substitua-o, se for o caso. Você já comprou a briga. Agora é pagar pra ver o resultado.

-- Os problemas se acumulam um sobre o outro, Samuel. Os vereadores em geral, não só os da oposição, estão criando obstáculos para a aprovação de alguns projetos importantes para o desenvolvimento da cidade alegando estarem sendo preteridos em favor do povo.

-- Faça uma reunião quinzenal com os mesmos e use o seu poder de persuasão. Eles não ficarão insensíveis; só estão mal acostumados devido ao longo tempo em que esses vícios foram perpetrados. Faça também encontros sociais com os mesmos e seus familiares em locais agradáveis como sítios, praias, fazendas, etc., enfim dê festas, dê presentes e trate-os com carinho. Faça algum tipo de concessão como, por exemplo, uma vaga de emprego para cada um dos mais endurecidos. O ser humano gosta de agrados.

-- Peraí, Samuel, você mesmo me aconselhou a acabar com cabide de empregos. E agora vem com essa de fazer concessões.

-- Calma, meu caro jovem, esqueceu-se da primeira lição? É claro que você não dará empregos permanentes vinculados à prefeitura. Você obterá esses empregos com as empresas terceirizadas. Basta que você, aos poucos as solicite dos seus prestadores e eu garanto que nenhum vai lhe negar.

-- Ai está o problema. Só temos um prestador terceirizado.

-- Escute-me com atenção. Se você quer fazer um trabalho refinado nesta prefeitura terá de solucionar vários problemas e esse é um deles. As oficinas do município, por exemplo, vivem cheias de mecânicos, pintores, eletricistas, etc. e tal, cheias de gente abanando as mãos, quando lá são encontrados. Outras repartições, apesar da filtragem que foi feita, ainda têm escolhos a excretar. Esse pessoal imprestável deve ser demitido. Existem três motoristas para cada veículo da nossa frota e, quando se necessita de um deles, temos que procura-los e mesmo assim nem sempre estão dispostos a prestar o serviço que é de sua obrigação, um verdadeiro absurdo! É aí que entra a terceirização. Na empresa privada o trabalhador preguiçoso ou inútil é logo despachado.

-- Vai dar conflito novamente!

-- Chame-os e faça acordos; pague-lhes os direitos trabalhistas, se for o caso, e pronto! Falta muito pouco para que você vença a primeira batalha, portanto, não dê trégua ao inimigo, mate-o pelo cansaço. Tenho certeza absoluta que eles recuarão, pois, na verdade, eles não vão gastar o dinheiro que não possuem; seus protetores tomaram suas dores somente por capricho, mas, não vão perpetuar essa disputa que não lhes interessa mais; não vão gastar dinheiro com pessoas pequenas e que não são da família. Esta é a hora de se tornar inquebrantável.

-- Então mãos a obra! Começarei amanhã mesmo.

Desse modo, com medidas cautelosas, porém rígidas, as coisas vão se ajustando à maneira do novo alcaide que não mede esforços para cumprir o dever que lhe foi confiado. Quando queria fraquejar levava um novo choque de otimismo do seu conselheiro para renovar suas energias.

-- Parabéns, meu jovem, seu nome está estampado em vários jornais do estado apontando-o como um dos melhores prefeitos da atualidade! As nossas emissoras de rádio e televisão, salvo as do outro lado, também estão divulgando notícias excelentes a nosso respeito. Mas ainda falta muito. Por exemplo: uma devassa no emprego das verbas da saúde; uma revisão dos inscritos no Bolsa Família, a Merenda Escolar, as licitações e outros itens ainda não devidamente fiscalizados.

As irregularidades eram patentes em todas as áreas investigadas. Nenhuma sequer que estivesse isenta de erros ou fraudes as mais grosseiras possíveis o que suscitou um uma nova situação embaraçosa. Dois parentes, um tio e um primo de Severino, que não mereciam tal benefício, também estavam inscritos no Bolsa Família.

-- Mas, meu sobrinho, como é que você tem coragem de fazer isso com a gente?

-- Caro tio Joaquim, nem o Sr. e nem o Raimundo têm direito e nem precisam desse benefício. Se eu concedê-lo ao senhor e ao meu primo estarei cometendo um crime!

-- Mas como os outros faziam assim e dava tudo certo?

-- Sorte deles que nunca foram denunciados. Isto se constitui em falta de ética, de probidade. Eu não estou querendo repetir os erros deles, meu tio. Espero que o senhor compreenda. Quero lhe ser útil em outras necessidades e em outra ocasião. Eu lamento, mas, não posso.

Um ano havia se passado e o nosso prefeito continuou trabalhando, não obstante os percalços do caminho. Já se sentia um pouco aliviado do peso da carga a que estava submetido. Como depois da tempestade vem a bonança, começava a colher, de mancheias, os frutos de seu trabalho. Era respeitado e pode-se dizer, até venerado por alguns mais fanáticos.

-- Agora que está tudo em ordem, a casa, as finanças, tenho alguns projetos em mente para alavancar o progresso de Flor-do-campo. Em primeiro lugar a criação de uma escola profissionalizante em convênio Governo do Estado. Consegui verbas federais para a construção da ponte do lado oeste e do dique para acabar com os problemas das enchentes. Fizemos também convênios com outras entidades como SENAC, SESC, SEBRAE, pois quero incrementar o potencial produtivo com artesanato, cerâmica, produtos agrícolas como o mel de abelha, frutas, legumes, etc. Quero revitalizar a Praça Central e gostaria de algumas sugestões suas, Samuel.

Os projetos foram expostos e alguns pontos que não estavam nos eixos foram corrigidos; algumas sugestões aceitas, outras recusadas e feitas algumas anotações. Após aprovados foram licitados e, fincadas as pedras fundamentais, os trabalhos foram iniciados. A cada cinco ou seis meses uma obra era inaugurada com a pompa merecida. A cidade mudava de aspecto, agora um pouco mais alegre que antes. O progresso era visível.

Passaram-se três anos e a cidade crescia e prosperava. Era freqüentemente visitada pelos conterrâneos que moravam fora do município e até turistas que queriam ver de perto a nova Flor-do-campo.

Aproximava o próximo pleito e começava a especulação em torno dos nomes sugeridos; a agitação tomava conta dos assuntos conversados. O partido se reúne para a homologação do nome que seria apresentado à convenção do Partido e, é claro, todos queriam a reeleição de Severino.

-- O senhor é a melhor opção que temos em nosso partido, embora os nossos aliados nos tenham indicado alguns nomes respeitáveis. Gostaríamos de contar com o senhor para mais um mandato.

-- Caros confrades e conterrâneos. Estou muito feliz em ter prestado um bom serviço à nossa causa. Estou feliz por estar cumprindo um dever como cidadão e como filho desta terra tão sofrida não só pelas secas e pela escassez de víveres, mas também pelo descaso dos seus outros filhos mais abastados que não souberam norteá-la. Fico feliz em saber que hoje estamos vivendo dias melhores, porém, precisamos fazer muito mais. Entretanto, necessito repor minhas forças, tenho que retomar a minha rotina, cuidar dos meus afazeres e o principal, cuidar da família que, neste ínterim, não teve a atenção devida. Agradeço aos senhores e ao povo em geral pela confiança que me foi depositada, mas por agora, não estou disposto. Quem sabe, nas eleições seguintes a esta que se aproxima, esteja eu disposto a novamente lutar um bom combate! Gostaria, se os senhores me permitem, apresentar um nome de todos conhecido e que foi o mentor de muitas das minhas tomadas de decisão; que foi, por assim dizer, a segunda metade da minha consciência. Se os senhores aquiescerem à minha proposta não terão de que se arrepender, pois, a ele devo o prestígio que hoje tenho e com ele aprendi a ser o político que sou. Trata-se, portanto, do meu secretário particular, o Sr. Samuel.

Todos se levantaram e ovacionaram o Sr. Severino.

Por Romão Silva.

GLOSSÁRIO

 

Mera = mero =1 adj. 1. Simples. 2. Genuíno, sem mistura.

Colóquio = s. m. Conversação ou palestra entre duas ou mais pessoas.

Estouvado = adj. 1. Que faz as coisas sem cuidado, leviana ou precipitadamente. 2. Imprudente. 3. Folgazão. 4. Que pensa pouco.

Inconseqüente = adj. m. e f. 1. Em que há inconseqüência. 2. Inconsiderado. 3. Contraditório. S. m. e f. Pessoa inconseqüente.

Próceres = (pl. de prócer) -[Do lat. procere.] S. m. 1. Homem importante em uma nação, classe, partido, etc. Prócere.

Falácia = s. f. 1. Qualidade de falaz. 2. Engano, logro, burla.

Barganha = s. f. 1. Troca. 2. Transação fraudulenta; trapaça. Var.: berganha.

Conchavos = s. m. 1.Ato de conchavar. 2. Combinação, acordo, ajuste. 3. Maquinação, trama, conluio. 4. Bras. S. Emprego ou serviço doméstico.

Nepotismo = s. m. Favoritismo; patronato.

Debalde = adv. Inutilmente; em vão; baldadamente; embalde.

Cocote = [Do fr. cocotte.] s.f.. 1.Meretriz. 2. Mulher elegante, de costumes fáceis. [Cf. cocota.]

Probidade = s. f. Honradez; pundonor; integridade de caráter.

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