Radiação – parte final
Como minimizar os efeitos da radiação ionizante
A minimização dos efeitos da radiação nos trabalhadores inicia pela avaliação de risco, o correto planejamento das atividades a serem desenvolvidas, utilização de instalações e de práticas corretas, de tal forma a diminuir a magnitude das doses individuais, o número de pessoas expostas e a probabilidade de exposições acidentais.
Os equipamentos de proteção (EPC e EPI) devem ser utilizados por todos os trabalhadores, além de ser observado a otimização desta proteção pelo elaboração e execução correta de projeto de instalações laboratoriais, na escolha adequada dos equipamentos e na execução correta dos procedimentos de trabalho.
Por outro lado o controle das doses nos trabalhadores deve considerar três fatores:
1. Tempo: A dose recebida é proporcional ao tempo de exposição e à velocidade da dose D = t x velocidade da dose
2.Distância: A intensidade da radiação decresce com o quadrado da distância D1/D2 = (d1/d2)2
3.Blindagem: A espessura da blindagem depende do tipo de radiação, da atividade da fonte e da velocidade de dose aceitável após a blindagem. Para a protecção do trabalhador os comandos do equipamentos devem ter blindagem, assegurando que o técnico possa ver e manter o contacto com o paciente no decorrer do exame. As próprias salas devem ter blindagem, por forma a assegurar e garantir a segurança radiológica tanto do técnico como do pessoal circunvizinho à sala. Estas protecções devem ter espessura suficiente para garantir a proteção contra a radiação primária e a radiação difundida que pode atingir as paredes da sala.
No cálculo das blindagens leva-se em conta:
* a energia da radiação produzida;
* a quantidade de radiação produzida por determinado período (carga de trabalho);
* grau de ocupação ou frequência do ponto de interesse;
* material a ser usado como blindagem.
* Para a blindagem de raios X e Gama usa-se geralmente o chumbo. Contudo outros materiais podem ser utilizados embora a espessura necessária para se obter a mesma atenuação que com o chumbo seja muito maior.
A garantia de que as condições de trabalho é adequada do ponto de vista da proteção pode ser obtida através do levantamento radiométrico da instalação. Esta medida tem por objetivo verificar se durante a operação, a instalação apresenta níveis de segurança adequados aos trabalhadores.
Monitorização
Este processo tem como objetivo garantir a menor exposição possível aos trabalhadores e garantir que os limites de dose não são superados.
Tipos de Monitorização:
* Pessoal - procura estimar a dose recebida pelo trabalhador durante as suas atividades envolvendo radiação ionizante. As doses equivalentes são determinadas pela utilização de um ou vários dosímetros que devem ser usados na posição que forneça uma medida representativa da exposição nas partes do corpo expostos à radiação. No caso do trabalhador usar diferentes tipos de radiação então diferentes tipos de dosímetros devem ser utilizados:
* Monitorização da radiação externa;
* Monitorização da contaminação interna
* De área - Tem por objetivo a avaliação das condições de trabalho e verificar se há presença radioativa. Os resultados das medidas efetuadas com os monitores da área devem ser comparados com os limites primários ou derivados, a fim de se tomar ações para garantir a proteção necessária.
Diversos métodos ou sistemas foram desenvolvidos a fim de possibilitar a determinação da dose de radiação. O objetivo é o de quantificar a energia absorvida, a fim de proporcionar um conhecimento mais profundo dos efeitos da radiação ionizante sobre a matéria.
Figura - Exemplos de dosímetros
Os requisitos são:
* a resposta do dosímetro deve ser linear com a dose absorvida;
* o aparelho deve ser de alta sensibilidade, por forma a medir doses baixas;
* deve apresentar amplo intervalo de resposta;
* a resposta deve ser independente da velocidade da dose;
*deve possuir estabilidade da resposta ao longo do tempo;
*De uma forma geral podemos classificar os dosímetros em: de leitura direta e de leitura indireta, os primeiros fornecem ao utilizador a dose ou velocidade da dose em qual quer instante, os segundos necessitam de um procedimento para a sua leitura.
Para finalizar devemos lembrar de alguns requisitos que compõem os procedimentos de segurança:
* delimitação de zonas e áreas (controladas e de vigilância),
* selagem
* limitar o acesso
* utilizar equipamentos de proteção individual
* proibir a comida e a bebida, o fumar, mascar chicletes, manusear lentes de contato, a aplicação de cosméticos e ou produtos de higiene pessoal ou armazenar alimentos para consumo nos locais de uso de radiação e áreas adjacentes.
* lavar as mãos:
- antes e após a manuseio de materiais radioativos, após a remoção das luvas e antes de saírem do laboratório.
- antes e após o uso de luvas.
- antes e depois do contato físico com pacientes.
- antes de comer, beber, manusear alimentos e fumar.
- depois de usar o toalete, coçar o nariz, cobrir a boca para espirrar, pentear os cabelos.
- mãos e antebraços devem ser lavados cuidadosamente (o uso de escovas deverá ser feito com atenção).
-manter líquidos anti-sépticos para uso, caso não exista lavatório no local.
- evitar o uso de calçados que deixem os artelhos à vista.
- não usar anéis, pulseiras, relógios e cordões longos, durante as atividades laboratoriais.
- não colocar objetos na boca.
- não utilizar a pia do laboratório como lavatório.
- usar roupa de proteção durante o trabalho. Essas peças de vestuário não devem ser usadas em outros espaços que não sejam do laboratório (escritório, biblioteca, salas de estar e refeitório).
- afixar o símbolo internacional de "Radioatividade" na entrada do laboratório. Neste alerta deve constar o nome e número do telefone do pesquisador responsável.
- presença de kits de primeiros socorros, na área de apoio ao laboratório.
- o responsável pelo laboratório precisa assegurar a capacitação da equipe em relação às medidas de segurança e emergência
-providenciar o exame médico periódicos;
-adoção de cuidados após a exposição à radiação.
Referências Bibliográficas
Ramos, J. Radioatividade.Acessado em 16.12.03. Disponível em: http://atomico.no.sapo.pt/index.html
Portela, F.; Lichtenthäler Filho, R. Energia Nuclear. Acessado em 10.12.03. Disponível em: http//www.nuclear2000.hpg.com.br
Alvarenga, A. V. C. R. Radioatividade. Acessado em 10.12.03. Disponível em: http://br.geocities.com/radioativa_br/
Cardoso, Eliezer de Moura, Aplicações da Energia Nuclear- Apostila educativa, Comissão Nacional de Energia Nuclear, 1999
Cardoso, Eliezer de Moura, Radioatividade - Apostila educativa, Comissão Nacional de Energia Nuclear, 1999
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