O CASO TIRIRICA

TIRIRICA, mais de um milhão e trezentos mil votos para Deputado Federal por São Paulo.

clip_image001Por Romão Silva

Ser pobre ou descendente de família pobre neste País é ter uma triste sina, a de ser marcado pelo resto da vida por um estigma, ser anatematizado de nascença.

Vez por outra, uma pessoa de origem humilde ascende numa atividade qualquer chegando a atingir o ápice do sucesso, mas não sem antes encontrar todo tipo de obstáculo que lhe entrave o caminho.

Casos como o do humorista Tiririca é um dos tais, cujo progresso não foi conquistado senão a custa de muita persistência e muita luta e, se hoje provavelmente “esteja com o burro na sombra”, deve ter sido derrubado, mordido e coiceado por este não poucas vezes, mas enquanto lhe serviu de montaria.

No cenário político brasileiro, candidatos desapadrinhados ou politicamente órfãos, são desdenhados e preteridos em favor de outros mais influentes e, alguns que conseguem romper essa barreira é porque receberam um empurrãozinho qualquer, de quem quer que seja, além de ser agraciado pela sorte que, ao contrário do infortúnio, não está disposta a favorecer a qualquer um, posto que raros são aqueles que lhe são simpáticos.

Ora, é evidente que não devemos mais aceitar que candidatos sem qualificação, sem os mínimos requisitos necessários, preencham vagas a cargos eletivos por razões que dispensam comentários, entretanto, espera-se que haja uma certa vigilância para que falhas sejam evitadas, pois, nesse caso especificamente, a Justiça Eleitoral, data vênia, pecou por omissão. O candidato deve ser perscrutado antes de se inscrever e não após ser eleito pela vontade do povo e com escrutínio legal. Será por causa de haver tido uma votação inesperada e esmagadora que despertou tais suspeitas?

Aliás, que as nossas leis não são perfeitas isso já não se constitui novidade, contudo, comete-se injustiça quando se permite que o analfabeto vote, sem a devida reciprocidade de ser votado. Que o menor de dezoito e maior de dezesseis anos vote, mas que não pode ser responsabilizado por seus atos quando comete algum tipo de delito, coisa bastante comum em nossos dias. Não precisa ser profundamente conhecedor do assunto para perceber que alguma coisa não se encaixa, que tem que ser ajustada para que se evite erros do passado.

antromsil

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