A SUPREMACIA NUCLEAR

Numa atitude de extremo egoísmo, os países detentores de tecnologia nuclear, que dominam o conhecimento da fusão ou fissão atômicas, pretendendem impor limites aos aspirantes emergentes, aqueles que, a duras penas, aprofundam suas pesquisas isoladamente, posto que as potências mundiais não disponibilizam nenhuma espécie de ajuda, alguma informação preciosa, por pequena que seja. Não, eles as escondem por baixo de sete chaves e quem quiser que “se vire”!

Ora, a ninguém é permitido possuir armas nucleares, a não ser eles, os grandes, os portentosos “donos do mundo”, como se a eles fosse dado o poder de policiar o globo terrestre por uma autoridade Suprema e qualquer tentativa, mesmo desprentensiosa, de uma outra nação interessada em adquirir este tipo de conhecimento, é logo entendida como aspiração arrogante, como uma potencial ameaça à paz mundial. Mas, no fundo, estes é que se sentem ameaçados de perderem o absolutismo da sua supremacia, porque é compreensível que quem esteja no comando não o quer ceder a quem quer que seja.

Evidentemente que todos querem ser respeitados e reconhecidos pelas nações da Terra, que existem governos pacíficos e belicosos, que há homens bons e maus nas direções desses governos e que tembém não se conhece as suas intensões, mas daí a acreditar que todos são perigosos é outra estória. Mesmo que alguns deste sejam virtualmente nocivos, não temos o direito de impedí-los de, por moto próprio, descobrirem os segredos tecnológicos mais recôntidos da ciência humana.

Eu, sinceramente, acho pura hipocrisia, falsa modéstia, apontar os erros dos outros com o dedo sujo, quando este está lambusado até à mão, pois, se querem livrar o mundo de ameaças, por que não destroem eles mesmos os seus arsenais belígeros, os quais estão abarrotados de toda espécie de armas destrutivas, que ultrapassa o poder da imaginação do mais notável visionário? Isto é ser inconvenientemente convencido de que é o tal, que é “o cara” e ninguém pode lhe desbancar.

Aqueles que assim agem estão longe de almejar a paz e a harmonia planetárias. Desejam sim, entravar o progresso científico desses povos que procuram o desenvolvimento tecnológico que lhes falta. Querem outrossim, mostrar que são durões, que estão preparados para reagir ao mais leve toque nos seus sensíveis brios, qualquer suposta insinuação de ofensa. E isso sem acrescentar as intromissões descabidas em assuntos internos de outras nações, as compras de briga, etc., como sói acontecer.

O homem terráquio ainda está longe de atingir a plenitude do bom uso da razão, até porque ainda é muito imperfeito e atualmente se encontra no limiar do conhecimento. Serão necessários mais alguns séculos e quiça, milênios para que sofra o buliramento de que carece para adquirir o brilho das virtudes.

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