GANÂNCIA EXACERBADA

Rua 25 de Março, SP.JPGVariações de até 440% é a diferença dos preços de medicamentos praticados em algumas farmácias cearenses, noticiou no dia 19/02/10, a TV Verdes Mares em seu telejornal noturno, numa pesquisa realizada pelo PROCOM. Na mesma noite, o JN da Globo fez alusão à mesma matéria e as diferenças logo se evidenciaram, o que demonstra o descaso da fiscalização, (quando há), que além de escassa é ineficiente.

As farmácias e o comércio de um modo geral, em todo o Brasil, são regidos por normas particulares de seus proprietários que impõem suas tabelas, ditando suas próprias regras e que nunca levam em conta a saúde do bolso do consumidor, o qual arca com todas as despesas e os órgãos reguladores, além de inoperantes, são por vezes até coniventes, porque nunca negam um reajuste aos laboratórios sempre ávidos por uma majoração nos preços de seus produtos.

A invenção dos medicamentos genéricos pode até ter sido uma boa idéia, porém, é pouco provável que tenhamos bons fármacos e não me venham com a conversa de que o princípio ativo dessas meisinhas é o mesmo dos produtos de marca, porque não faz sentido. Pode até ter o mesmo princípio ativo, mas, quanto ao teor, o grau de pureza destes compostos eu duvido que seja o mesmo, notadamente se for fabricado pelos nossos laboratórios ou pelos de fora, para ser vendido no nosso mercado. Tanto é que tem médico que, quando das suas prescrições, aconselha que se compre o remédio mais caro posto que o genérico é mais fraco.

Por outro lado, o comércio, em sua maior parte, vive a explorar o comprador que se deixa embair por campanhas publicitárias enganosas, anúncios chamativos e muito bem elaborados por profissionais versados na arte de iludir, prestidigitadores exímios na camuflagem mercadológica, capazes de fazer corar de inveja a qualquer prestímano.

Um dos exemplos que pode ser pode ser citado é o do quebrado “99”. Partindo do princípio de que 99 não é 100, inscrevem-no em suas pseudo ofertas como chamariz daqueles quedados à avareza, que supõem estar economizando alguma coisa e que no final não tiram proveito nenhum, pois, quem ganha mesmo é o comerciante esperto – e como! -, que lucra sem sonegar, sem a necessidade de declarar o centavo do troco, porque nunca devolve e se devolvesse ninguém receberia porque não compra nada mesmo, só faz volume. Mas, no final das contas, como a galinha que comendo de grão em grão enche o papo, estes também lavam a égua no apurado gratuito que não sai por menos R$ 1000,00 por mês.

Outro tipo condenável de embromação é o da garantia das ferragens hidráulicas ou metais sanitários, como alguns modelos de torneiras que tem cinco ou mais anos de penhor. Entretanto, quando em conversa com um vendedor este me afirmou que a garantia era apenas para o cromado e não da peça e do mecanismo em si. Não nos importa se a ferragem perca o brilho, que desbote, desde que funcione sem defeito, já é muito bom!

A propaganda enganosa virou mania generalizada em todos os seguimentos do mercado brasileiro, do graúdo ao pequeno. Os descontos estão todos embutidos no preço final do produto, inclusive o que eles pagam pelo uso das máquinas dos cartões de crédito, porque não existe ninguém com tanto desprendimento para dar descontos que variam de 10% a 50%, somente para se fazer de bonzinho. Pelo contrário. Se eles pudessem tirar os últimos centavos do bolso do freguês, não hesitariam em fazê-lo.

antromsil

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