CHAPELEIRAS


Em pleno século XXI existem pessoas trabalhando em ofícios nada rentáveis, que exigem muito trabalho, afora o investimento, como no caso das chapeleiras.

O trabalho é, além de cansativo, degradante, pois, existem senhoras mães de família que se vêem obrigadas a lidar com as tarefas caseiras, cuidar da família e ainda fazer chapéu de palha para vender ao atravessador pela aviltante quantia de R$ 0,30 (trinta centavos de Real) por capa, que, tirando capital empregado na compra da palha, deve sobrar por aí, talvez, uns R$ 0,15 (quinze centavos).

Fazendo uma média de seis capas por dia, a chapeleira auferirá, se não houver nenhuma quebra por falha na confecção ou defeito da palha, por assim dizer, R$ 1,80 (um Real e oitenta centavos). Se o valor da palha for mais ou menos este que sugeri, ficará com apenas metade desse montante, isto é, R$ 0,90 (noventa centavos).

Tal jornal, pela sua irrisão, torna a trabalhadora menos remunerada que qualquer mendigo que, sem querer exagerar, não faz menos de R$ 20,00 (vinte Reais) em sua jorna. E essas pessoas são bastante simples e extremamente pobres, pobres de marre deci, que não gozam da assistência de nenhuma ONG, de entidades filantrópicas, de pastorais da Igreja Católica, ou de igrejas protestantes, de associações comunitárias e nem tampouco das prefeituras. Não há uma só voz que brade aos ventos, não só para divulgar, mas, para ajudar de uma maneira qualquer, a amenizar o sofrimento dessas pessoas que são extremamente exploradas, que merecem ser vistas com os olhos do coração.

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