TABAGISMO

São Paulo aprovou no início de abril a lei que proibe o fumo em áreas de uso comum e que tem por objetivo combater o tabagismo, até mesmo sob toldos em calçadas, e não mais serão permitidas áreas para fumantes em bares e restaurantes. Por outro lado, o governo federal determinou um aumento de 30% sobre o valor o cigarro que agora está custando os olhos da cara e se o fumante não morrer em decorrência de doenças provocadas pelo uso habitual do fumo, vai morrer de trabalhar se quiser manter o vício.

Ora, vejam só a hipocrisia do governo que se dispõe a combater o tabagismo impondo uma carga demasiadamente excessiva ao combalido trabalhador brasileiro que paga mais de 75% de tributos somente no cigarro, afirmando que o vício tem dado prejuízo ao SUS pelos tratamentos que este ministra às vítimas do fumo.

No entanto, se o trabalhador fumante ou não depender do SUS para tratar-se de qualquer problema de saúde “ta é lascado”, pois todos nós sabemos como são tratadas as pessoas que dependem de tal sistema. São tratados como cachorro vira-lata, tanto nas filas como no tratamento médico propriamente dito, como sói acontecer diariamente nos hospitais de todo o País, onde se vê pacientes, de paciência já esgotada, espalhados nos corredores e tendo de se arranjar no chão, sem nem mesmo uma cadeira rústica para sentar-se ou um catre para deitar-se.

Se o governo, - e quando eu falo governo trato de qualquer um deles e de toda a máquina administrativa, - quisesse mesmo dar cabo ao vício do tabaco ele fecharia as fabricas e proibiria o plantio de fumo. Mas tenho absoluta certeza de que ele não tem coragem suficiente para tomar medida tão radical até porque não quer comprar briga com os produtores e as industriais do setor, pois além de divisas perderia também muitos votos e prestígio.

Na realidade, o governo não quer acabar de vez o uso do tabaco, quer vencer o fumante pelo cansaço, mantê-lo sempre sob o seu pesado guante por saber da dependência deste, e que o mesmo fará o possível e o impossível para manter o vício ao qual está jungido. Quer sim, uma fonte de renda permanente e inesgotável porque sempre haverá um submisso às drogas componentes do funesto cigarro.

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