A LEI DO CHEFE


O cumprimento rigoroso da lei é coisa realmente impraticável, mesmo que fosse possível sua fiscalização integral e mesmo que todos os abusos fossem denunciados, todos os crimes tidos como insolúveis fossem desvendados, ainda assim não haveria agentes, policiais, delegados, escrivães, juízes, etc., em número suficiente para dar conta de todos os casos. Mas, mesmo com todas as dificuldades, podemos dizer que estamos pelo menos tentando fazer o que é correto.

Entretanto, existem algumas leis que não constam de nenhum código ou diploma legal que são regidas ao acaso por quem as decreta e sempre de caráter leonino, com detrimento para uma ou mais pessoas, ao arrepio da legislação vigente e demais normas de convívio social e que são toleradas mesmo sendo inadmissíveis por diversas razões.

 Nesses casos, a vítima é sempre dependente do opressor que pode ser uma empresa prestadora, um banco, um órgão governamental, ou mesmo uma pessoa qualquer que tenha domínio sobre outra, a qual desta dependa de algum modo, como por exemplo, o chefe, salvo, evidentemente, algumas raríssimas exceções.

A lei do chefe é terrível! Trata-se de uma “lei” sádica, coercitiva e inexorável que avilta e revolta, e o que é pior, deixa aquele que está jungido, impotente e submisso, notadamente no meio militar onde a hierarquia é levada a sério e com a rigidez do extremismo.

A coisa fica ainda mais feia quando o chefe é daqueles de temperamento inconstante, de várias personalidades, cujas determinações e exigências mudam ao sabor de seu humor, como alguns que tive em meus labores pretéritos. Eles podem até ser um mal necessário, mas não deixam nenhuma saudade quando deles nos livramos. 

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