Hipocrisia humana

O e-mail abaixo tem circulado pela internet (Brasil). Dá-nos um puxão de orelha. Chama-nos a atenção para fazermos uma introspecção, uma espécie de auto análise para procurarmos agir menos hipocritamente. Antromsil.

"Tá Reclamando de que? "

 

Tá Reclamando do Lula? do Serra? da Dilma? do Arrruda? do Sarney? do Collor? Do Renan? do Palocci? do Delubio? Da Roseanne Sarney? Dos politicos distritais de Brasi-lia? do Jucá? do Kassab? dos mais 300 picaretas do Congresso? Brasileiro Reclama de Quê?

O brasileiro é assim:

1. - Saqueia cargas de veículos acidentados nas estradas.


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2. - Estaciona nas calçadas, muitas vezes debaixo de placas proibitivas.

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3. - Suborna ou tenta subornar quando é pego cometendo infração.

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4. - Troca voto por qualquer coisa: areia, cimento, tijolo, e até dentadura.

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5. - Fala no celular enquanto dirige.

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6. -Trafega pela direita nos acostamentos num congestionamento.


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7. - Pára em filas duplas, triplas em frente às escolas.


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8. - Viola a lei do silêncio.

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9. - Dirige após consumir bebida alcoólica.

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10. - Fura filas nos bancos, utilizando-se das mais esfarrapadas desculpas.

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11. - Espalha mesas, churrasqueira nas calçadas.


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12. - Pega atestados médicos sem estar doente, só para faltar ao trabalho.

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13. - Faz "gato" de luz, de água e de tv a cabo.

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14. - Registra imóveis no cartório num valor abaixo do comprado, muitas vezes irri-sórios, só para pagar menos impostos.

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15. - Compra recibo para abater na declaração do imposto de renda para pagar me-nos imposto.

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16. - Muda a cor da pele para ingressar na universidade através do sistema de cotas.

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17. - Quando viaja a serviço pela empresa, se o almoço custou 10 pede nota fiscal de 20.

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18. - Comercializa objetos doados nessas campanhas de catástrofes.

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19. - Estaciona em vagas exclusivas para deficientes.

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20. - Adultera o velocímetro do carro para vendê-lo como se fosse pouco rodado.

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21. - Compra produtos pirata com a plena consciência de que são pirata.

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22. - Substitui o catalisador do carro por um que só tem a casca.

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23. - Diminui a idade do filho para que este passe por baixo da roleta do ônibus, sem pagar passagem.

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24. - Emplaca o carro fora do seu domicílio para pagar menos IPVA.

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25. - Freqüenta os caça-níqueis e faz uma fezinha no jogo de bicho.

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26. - Leva das empresas onde trabalha, pequenos objetos como clipes, envelopes, canetas, lápis.... como se isso não fosse roubo.


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27. - Comercializa os vales-transporte e vales-refeição que recebe das empresas on-de trabalha.

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28. - Falsifica tudo, tudo mesmo... só não falsifica aquilo que ainda não foi inventado.

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29. - Quando volta do exterior, nunca diz a verdade quando o fiscal aduaneiro per-gunta o que traz na bagagem.

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30. - Quando encontra algum objeto perdido, na maioria das vezes não devolve. E quer que os políticos sejam honestos... Escandaliza- se com a farra das passagens aéreas... Esses políticos que aí estão saíram do meio desse mesmo povo ou não? Bra-sileiro reclama de quê, afinal?

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E é a mais pura verdade, isso que é o pior!
Então sugiro adotarmos uma mudança de comportamento, começando por nós mesmos, onde for necessário!
Vamos dar o bom exemplo! Espalhe essa idéia!

"Fala-se tanto da necessidade deixar um planeta melhor para os nossos filhos e esquece-se da urgência de deixarmos filhos melhores (educados, honestos, dignos, éticos, responsá-veis) para o nosso planeta, através dos nossos exemplos..."

Amigos!
É um dos e-mails mais verdadeiros que recebí!
A mudança deve começar dentro de nós, nossas casas, nossos valores, nossas atitudes!

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Brasileiros questionam aceleração da expansão do Universo

Espaço

Estudo brasileiro questiona aceleração da expansão do Universo

Com informações da Agência Fapesp - 15/08/2011

 

 

Estudo brasileiro questiona aceleração da expansão do Universo

Apesar de concordarem com a expansão crescente do Universo, os cientistas brasileiros contestam que essa expansão esteja se fazendo a um ritmo cada vez mais acelerado.[Imagem: Wikimedia]

Expansão sem aceleração

O Universo está se expandindo, mas não necessariamente de forma acelerada como aponta o modelo cosmológico mais aceito pelos especialistas, o Lambda-CDM (Cold Dark Matter).

É o que propõe uma pesquisa realizada no Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG-USP).

Segundo Antônio Cândido de Camargo Guimarães, houve uma fase de expansão acelerada, que seria recente. "Mas hoje esse estado não é tão certo. É possível que a aceleração já esteja diminuindo," disse ele.

Especulações

Guimarães conta que, há cerca de dez anos a expansão acelerada do Universo se tornou consenso na comunidade científica a partir de observações de explosões de supernovas 1a, cujo brilho era menor do que se esperava.

Para descrever essa rápida expansão, os cientistas adotaram o Lambda-CDM. Esse modelo cosmológico se baseia na existência de uma "energia escura", que corresponderia a 70% da composição do Universo.

"A energia escura é um ente físico muito especulativo. Há algumas hipóteses e ideias, mas não se sabe qual a natureza dela", destacou o astrônomo.

Em sua pesquisa, Guimarães diz que a ideia foi descrever a expansão de forma independente dos modelos de energia escura.

Abordagem cosmográfica

Para isso, os cientistas brasileiros usaram a chamada abordagem cosmográfica.

Esse método se baseia na descrição da expansão cósmica como uma somatória de termos em função do desvio para o vermelho (medida da velocidade de afastamento) das supernovas, que é usado para traçar o brilho estelar (indicando a distância).

As supernovas foram divididas em três grupos: antigas, recentes e muito recentes. Por meio das análises cosmográficas, o pesquisador observou que, quanto mais recente os eventos das supernovas, maior era a probabilidade da atual desaceleração do Universo.

"O modelo Lambda-CDM diz que a aceleração tende sempre a aumentar. É interessante, pois nosso trabalho questiona esse paradigma, que usa uma forma particular para a energia escura para descrever a expansão cósmica", disse Guimarães.

Veja mais detalhes da pesquisa brasileira e suas implicações sobre a visão atual do Universo na reportagem:

Bibliografia:
Could the cosmic acceleration be transient? A cosmographic evaluation.
Antonio Guimarães, José Ademir Sales de Lima
Classical and Quantum Gravity
27 Maio 2011
Vol.: 28, Number 12, p. 125026
DOI: 10.1088/0264-9381/28/12/125026

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Superação da velocidade da luz

Espaço

Luz supera velocidade máxima da luz - duas vezes

Com informações da Science - 18/08/2011

 

Luz supera velocidade da luz - duas vezes

Materiais adequados fazem com que o pico de um pulso de luz desloque-se para a frente, fazendo parecer que a luz viaja a uma velocidade maior do que o permitido pela teoria da relatividade. [Imagem: Adaptado de D. J. Gauthier/R. W. Boyd/Science/AAAS]

Confusões luminosas

Ainda está ecoando no ar os resultados de uma pesquisa recente, mal "traduzida" pela imprensa em geral como uma "prova" da impossibilidade de viagens no tempo.

Para confundir ainda mais as coisas, dois grupos independentes de pesquisadores acabam de demonstrar duas formas diferentes de fazer com que pulsos de luz viajem a uma velocidade superior aos 300.000 km/h estabelecidos pela teoria da relatividade especial de Einstein.

Por incrível que pareça, as conclusões destes novos estudos não contestam aquele trabalho da viagem no tempo e não derrubam a teoria da relatividade, mas podem ter resultados muito práticos, permitindo aumentos reais na velocidade de transmissão de informações por fibras ópticas.

Formas de ver a luz

Superando outros trabalhos que já demonstraram fótons viajando mais rápido do que a luz e partículas superluminais, os físicos agora conseguiram fazer com que "muita luz" pareça viajar mais rápido do que seria permitido.

Nos experimentos, a luz emerge do outro lado material mesmo antes de ter entrado na frente desse material.

Toda a confusão com esses experimentos emerge das muitas formas como a luz pode ser "vista" e interpretada.

Um pulso de luz, por exemplo, pode ser visto como uma espécie de onda de radiação eletromagnética chispando pelo espaço. Assim, se você fizer um gráfico da intensidade desse pulso, ele vai começar em zero, subir suavemente até formar um único pico, e então declinar novamente até zero.

Mas pode-se também imaginar esse pulso como uma coleção de ondas com diversos comprimentos de onda. O que antes era um pico individual de um único pulso de luz, passa a ser o resultado do somatório de uma série de ondas oscilando para baixo e para cima e se sobrepondo umas sobre as outras.

No centro do pulso, as diversas ondas se alinham e se reforçam mutuamente, ao contrário da subida e da descida do pulso, onde as ondas ficam fora de sincronia e acabam se cancelando.

Sanduíche mágico

A equipe das universidades da Califórnia (EUA) e Imperial College London (Grã-Bretanha), autora do primeiro estudo, adotou esse ponto de vista e construiu um material híbrido capaz de reduzir a velocidade de alguns comprimentos de onda da luz mais do que outros.

Isso alterou a forma como as ondas se alinham e deslocou aquele pico - o ponto onde as diversas ondas se reforçam - fazendo o pico saltar adiante a uma velocidade maior do que a velocidade da luz.

O material é um sanduíche contendo uma placa perfurada de cobre posta entre duas camadas de 0,79 milímetro de Teflon. Essas duas camadas mantêm o brilho e a direção das ondas de luz, enquanto o padrão de furos no metal reforça essas ondas.

O resultado foi que o pico do pulso de luz emergiu do outro lado do sanduíche antes de entrar no próprio sanduíche.

Enquanto os experimentos anteriores detectaram menos de 1% dos pulsos de luz quebrando o limite cósmico de velocidade, a interação entre o metal e o teflon permitiu que até 10% da luz chegasse do outro lado 100 picossegundos antes do que o fariam se obedecessem as regras de trânsito cósmicas.

Interpretação da Relatividade

Mas isso não viola a teoria da relatividade porque isto exigiria que as ondas individuais viajassem a uma velocidade superior aos exatos 299.792.458 metros por segundo.

Hoje, os físicos interpretam a relatividade de uma forma ligeiramente mais sutil: eles consideram que a teoria da relatividade estabelece que a informação não pode ser transmitida mais rápido do que a luz.

E é a parte frontal das primeiras ondas que se sobrepõem - e não a posição exata do pico do pulso de luz - que determina a velocidade final na qual a informação pode fluir. É por isto que este experimento não contesta o resultado daquela pesquisa recente que mostrou que o precursor óptico de um fóton não supera a velocidade da luz.

Luz supera velocidade da luz - duas vezes

Dois feixes de luz viajando em direções opostas dentro de uma fibra óptica interferem um com o outro, deslocando o pico do pulso de luz. [Imagem: Zhan et al.]

Trombada que acelera

A equipe da Universidade Shanghai Jiao Tong, na China, afirma que pode fazer um pulso de luz superar ainda mais o limite de velocidade estabelecido por Einstein usando fibras ópticas.

O grupo enviou um pulso de luz infravermelha no sentido horário em uma bobina de fibras ópticas e monitoraram esse pulso em dois pontos, um próximo ao ponto onde a luz entra na fibra óptica e outro 10 metros à frente.

Em tese, a luz deveria passar pelo primeiro sensor em um determinado momento 0, e então atingir o segundo sensor 48,6 nanossegundos depois.

Mas então surge o truque: os cientistas dispararam um segundo feixe de luz no sentido anti-horário. Isto modificou o alinhamento das ondas e alterou a velocidade com que os diversos comprimentos de onda viajam através da fibra óptica, causando sobreposições que, como no experimento anterior, deslocaram para frente o pico do pulso de luz.

O resultado foi que a luz chegou ao segundo sensor 211,3 nanossegundos antes do que seria de se esperar.

Velocidade das comunicações ópticas

Mas o mais impressionante ainda está por vir: apesar da informação de fato não viajar mais rápido do que a velocidade da luz, ainda assim estes experimentos podem resultar em ganhos práticos nas telecomunicações por fibras ópticas, tornando-as mais rápidas.

Ou seja, em termos práticos, as informações não vão viajar mais rápido do que a velocidade da luz, mas poderão viajar a uma velocidade maior do que viajam hoje.

Isto acontece porque os receptores de comunicações ópticas reagem aos picos de um pulso de luz, e não à parte frontal do pico - seu "precursor óptico".

Assim, qualquer mecanismo que coloque o pico mais próximo da borda frontal do pulso de luz resultará no ganho de algumas centenas de nanossegundos.

Mande uma ordem de compra para um lote de ações que está à venda em uma bolsa de valores do outro lado do mundo e algumas centenas de nanossegundos podem fazer a diferença entre um bom lucro e perder a oportunidade do negócio.

É por isso que os pesquisadores apostam que suas descobertas, embora "inócuas" para a relatividade e a viagens espaciais, terão uma utilidade prática muito imediata.

Bibliografia:
Negative group delay through subwavelength hole arrays
M. Navarro- Cia, M. Beruete, F. Falcone, M. Sorolla, V. Lomakin
Physical Review B
12 August 2011
Vol.: 84, 075151 (2011)
DOI: 10.1103/PhysRevB.84.075151
Negative group velocity superluminal propagation in optical fibers using stimulated Brillouin scattering
Li Zhan, Liang Zhang, Jinmei Liu, Qishun Shen, Yuxing Xia
9th International Conference on Optical Communications and Networks Proceedings
Vol.: Proceedings p.245-248
DOI: 10.1049/cp.2010.1197

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Disco holográfico

Informática

Disco holográfico atinge velocidade de Blu-ray

Redação do Site Inovação Tecnológica - 04/08/2011

 

 

Disco holográfico atinge velocidade de Blu-ray

Enquanto uma equipe cuida da comercialização dos discos holográficos, os engenheiros vão continuar trabalhando, com o objetivo de atingir um capacidade de 1 terabyte por disco. [Imagem: GE]

Velocidade de Blu-ray

Em 2009, a General Electric apresentou uma tecnologia de armazenamento holográfico capaz de colocar 500 gigabytes em um disco do tamanho de um DVD.

Agora, a empresa afirmou que seu protótipo alcançou a mesma velocidade de gravação dos discos Blu-ray.

Isto coloca a tecnologia em fase de pré-comercialização: protótipos dos discos e dos sistemas de gravação e leitura serão enviados para possíveis parceiros na indústria, que podem se interessar em licenciar a tecnologia e fazê-la chegar ao mercado.

Além do aumento na velocidade, o equipamento recebeu melhoramentos e se tornou mais compatível com os discos ópticos atuais. Embora exija leitores específicos, a empresa afirma que os futuros aparelhos holográficos conseguirão ler CDs, DVDs e BDs (Blu-ray Discs).

Armazenamento holográfico

O armazenamento holográfico é diferente do armazenamento óptico dos discos de DVD e Blu-ray.

Enquanto estes armazenam dados em até quatro camadas na superfície do disco, a tecnologia holográfica usa o volume inteiro do disco para gravar informações.

Os hologramas, padrões tridimensionais que representam os bits de informação, são escritos em profundidades controladas no interior do disco.

Como esses discos micro-holográficos aproveitam todo o volume do material, sua capacidade de armazenamento é muito superior aos discos atuais.

No patamar atual de desenvolvimento, um disco holográfico terá uma capacidade equivalente a 20 discos Blu-ray de camada única ou 100 DVDs.

Enquanto uma equipe cuida da comercialização dos discos holográficos, os engenheiros vão continuar trabalhando, com o objetivo de atingir um capacidade de 1 terabyte por disco.

Veja mais detalhes da tecnologia:

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Matador de virus biológico gratuito?

Meio ambiente

Matador de vírus turbinado é colocado em domínio público

Redação do Site Inovação Tecnológica - 15/08/2011

 

 

 

imageCom a adição de silicone, o dióxido de titânio torna-se altamente eficaz contra vírus que se espalham tanto por meio aéreos quanto líquidos.[Imagem: Jafry et al./ACS]

Empreendedor bonzinho

Cientistas descobriram uma técnica simples para turbinar um material já conhecido por sua capacidade de destruir micro-organismos perigosos para a saúde humana.

A surpresa é que Andrew Barron e Huma Jafry, da Universidade Rice (EUA), não fizeram o que seria de se esperar, sobretudo quando se trata de universidades norte-americanas.

Em vez de requerer uma patente para o invento, eles colocaram a técnica em domínio público, na esperança de que sua adoção em larga escala possa salvar vidas.

O cientista afirmou que ele próprio é um "empreendedor em série", mas, nesse caso, os benefícios potenciais da descoberta para a sociedade se mostraram mais importantes do que qualquer ganho advindo de sua comercialização.

Dióxido de titânio funcionalizado

O material bem conhecido por suas propriedades antipatogênicas é o dióxido de titânio, ou titânia, usado sobretudo contra os agentes bacterianos.

O que os pesquisadores descobriram é que, com a adição de silicone, o material se torna altamente eficaz contra vírus que se espalham tanto por meio aéreos quanto líquidos.

"Nós pegamos uma nanopartícula que todo mundo tem usado há anos e, com um tratamento muito simples, melhoramos seu desempenho em mais de três vezes, sem qualquer custo real," disse Barron.

Os testes do novo material funcionalizado não poderiam ter sido feitos em local mais adequado.

"Escolhemos o Rio Yangtze como nossa base para o teste porque ele é considerado o rio mais poluído do mundo, com maior conteúdo viral", disse o cientista. "Mesmo com esse nível de contaminação viral, nós obtivemos a destruição completa dos vírus na água."

Fotocatalisador

O dióxido de titânio é usado para matar vírus e bactérias e para decompor compostos orgânicos através da fotocatálise - exposição à luz, geralmente ultravioleta.

O material também é usado como pigmento em tintas a, em protetores solares e até mesmo como corante alimentar.

Para turbinar o TiO2, basta tratá-lo por alguns minutos com graxa de silicone, sílica ou ácido silícico, o que irá aumentar sua eficiência como um catalisador.

"Basicamente, nós estamos pegando pigmento branco e funcionalizando-o com areia," simplifica o pesquisador.

Encurvamento de banda

Segundo Barron, a adição da quantidade correta de sílica ao dióxido de titânio cria um efeito em nível molecular conhecido como encurvamento de banda (band bending).

"Como a ligação oxigênio-silício é muito forte, você pode pensar nisso como um dielétrico," disse ele. "Se você colocar um dielétrico próximo a um semicondutor, você dobra as bandas de condução e de valência. E, portanto, você muda a absorção da radiação ultravioleta, usada para ativar o catalisador."

Ao flexionar as bandas, cria-se um caminho para os elétrons liberados pelos raios UV, que podem seguir adiante e reagir com a água, criando radicais hidroxila, o oxidante responsável pela degradação dos contaminantes.

Bibliografia:


Simple Route to Enhanced Photocatalytic Activity of P25 Titanium Dioxide Nanoparticles by Silica Addition
Huma R. Jafry, Michael V. Liga, Qilin Li, Andrew R. Barron
Environmental Science and Technology
Vol.: 2011, 45 (4), pp 1563-1568
DOI: 10.1021/es102749e

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PNBL brasileiro - Banda Larga popular

Banda Larga popular deve sair do papel no fim do mês

Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), estabelecido em 2010, deve oferecer internet de 1Mbps por R$ 35

Da redação em 09/Ago/2011

PNBL pode mudar a vida dos brasileiros. Se sair do papelA internet no Brasil poderá mudar (muito) a partir do final deste mês. Principalmente, se as promessas do Ministério das Comunicações realmente derem certo. O Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) começa a sair do papel e o primeiro município a recebê-lo será Santo Antônio do Descoberto, no estado de Goiás, a cerca de 50 km da capital federal.

O primeiro provedor do país a aderir ao plano é o grupo Sadnet, que fechou contrato com a Telebrás. A data inicial está prevista para o próximo dia 23. Ainda não há confirmação do governo, porém haverá um evento nesta data com a presença do ministro Paulo Bernardo e do presidente da Telebrás, Caio Bonilha.

Mas nem tudo são flores em Santo Antônio do Descoberto, para não estar "descoberto" no plano, o cidadão terá que comprar um pequeno aparelho, que é a chamada estação receptora, com custo médio de R$ 300. Além dos já citados R$35 mensais.

PNBL pode mudar a vida dos brasileiros. Se sair do papel

Alta Velocidade?

A velocidade da conexão ainda é uma incógnita. O certo é que ela deve variar de acordo com cada cidade. Isto irá acontecer pois o uso a redes sem fio (WiFi ou outro método) fará com que haja perda  de velocidade. É o que afirma o técnico em informática, Filipe Valladão. "Não dá para comparar a velocidade da rede WiFi, em igualdade de condições, com uma rede de ligação física. Sempre há alguma perda no valor nominal do plano", afirma.

De qualquer forma, a Telebrás exigirá dos provedores que seja entregue, pelo menos, 20% da velocidade de 1Mbps. Além da Sadnet, outras empresas próximas a capital federal irão aderir ao PNBL, como por exemplo a Logtel. Esta última deve atender os municípios de Samambaia e Recanto das Emas, cidades que fazem parte do "pacote" das 100 primeiras contempladas no país.

Na primeira fase, oito cidades da região central do país terão o PNBL. A Telebrás instalou mais de 35 mil quilômetros em fibra ótica em conjunto com a Eletrobras, Furnas, Petrobrás, entre outras. A ideia é de que até o final de 2011, 300 cidades brasileiras terão a banda larga popular. Um enorme avanço, mas, como o plano está atrasado, a ordem é correr porque a Copa 2014 vem aí...

PNBL - Verba = Atraso

O presidente da Telebrás, Caio Bonilha, afirmou que o corte de verbas de R$ 1 bi para R$ 350 milhões foi responsável pelo atraso. Polêmicas à parte, o importante é que o Plano Nacional de Banda Larga pode sim, mudar a vida dos brasileiros. É o que acredita Donizetti da Costa, Diretor de TI da Prefeitura de Taboão da Serra, na Grande São Paulo. Para ele, o avanço será visível para a população que utiliza internet discada e mesmo para a quem adquiriu planos convencionais mas não está satisfeito.

"Apesar de todo o atraso e das dificuldades que um plano desse tem e terá, sem dúvida, para muitas pessoas será uma grande diferença ter acesso à internet rápida, por um preço acessível", afirma. Donizetti faz parte do grupo de empresários e especialistas que se reunirá nesta semana com o presidente da Telebrás, em Campinas. A pauta do encontro, que terá também a presença de consultores da Anatel, é apresentar o estágio atual do PNBL.

Foto: Ricardo Vaz

Donizetti da Costa, Diretor de TI da Prefeitura de Taboão da Serra acredita no PNBL

Donizetti da Costa, Diretor de TI da Prefeitura de Taboão da Serra, acredita no PNBL

Nos discursos das operadoras há sempre a afirmação de que é difícil entreguar o valor nominal dos planos. O principal entrave seriam "fatores externos", dentre eles, a falta de investimentos em infra estrutura da área. Com o PNBL, tudo isso virá à tona e poderá significar uma grande mudança, já que estamos nos aproximando de grandes eventos internacionais a serem realizados no país. O que exigirá esforço para garantir a qualidade na transmissão de dados via rede.

Colaboração Agência Brasil

Fonte: http://www.superdownloads.com.br/materias/banda-larga-popular-sair-do-papel-no-final-do-mes.html#ixzz1UvZ3mOlU

 

 

Links relacionados

Fonte: http://www.superdownloads.com.br/materias/banda-larga-popular-sair-do-papel-no-final-do-mes.html#ixzz1UvZPhiIp

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Descoberto um exótico cristal quântico

Eletrônica

Dia Quântico: Descoberto um exótico cristal quântico

Redação do Site Inovação Tecnológica - 11/08/2011

 

Dia Quântico: descoberto um exótico cristal quântico

Distribuição de densidade das partículas quânticos, os excitons, no plano do poço quântico. Amarelo corresponde a densidades mais altas, vermelho a densidades menores e verde a densidade zero. A temperatura constante, a densidade é elevada da esquerda para a direita.[Imagem: Michael Bonitz/ITAP/CAU Kiel]

Cristalização

Cientistas da Universidade de Kiel, na Alemanha, descobriram uma nova forma de matéria cristalina.

Existem dois tipos opostos de sólidos na natureza: um que é criado quando um líquido é comprimido, e outro que emerge quando a pressão sobre um líquido é reduzida.

Quase todos os sólidos que você conhece pertencem à segunda categoria. O primeiro tipo surge em densos líquidos quânticos de elétrons ou de íons, em anãs brancas ou em estrelas de nêutrons, por exemplo.

Agora os cientistas descobriram que há uma terceira forma de matéria, que herda as propriedades dos outros dois tipos, no qual essas reações contraditórias à compressão parecem coexistir.

Poços quânticos

Esse comportamento estranho surge em um lugar que poucos sabem que existe: dentro de um poço quântico semicondutor, colocado dentro de um forte campo magnético.

Um poço quântico é uma pequena armadilha capaz de aprisionar elétrons, somente os liberando quando atingido pela energia específica para a qual foi projetado.

O cristal em questão é formado por excitons, uma quasipartícula semelhante a um átomo de hidrogênio, mas formada por uma conexão entre um elétron - com carga negativa - e uma lacuna - com carga positiva.

Padrões de derretimento

Os autores afirmam que a coexistência dos dois comportamentos aparentemente contraditórios de "derretimento" pode ser explicada pelas forças que agem entre dois excitons: sob baixa pressão, os excitons se repelem pela ação de uma força dipolo, e formam um líquido quântico. Quando comprimidos, o fluido "congela" para formar o cristal exciton.

Onde encontrar esses cristais quânticos exóticos? Os pesquisadores dão uma boa pista: em poços quânticos de seleneto de zinco ou de arseneto de gálio.

Dia marcante na computação quântica

Este é o terceiro de um conjunto de três avanços na área da computação quântica divulgados no dia de hoje:

Bibliografia:
Crystallization of an exciton superfluid
Jens Bönning, Michael Bonitz
Physical Review B
9 August 2011
Vol.: 84, 075130 (2011)
DOI: 10.1103/PhysRevB.84.075130

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Antimatéria ao redor da Terra

Espaço

Encontrado anel de antimatéria ao redor da Terra

Redação do Site Inovação Tecnológica - 08/08/2011

 

 

Encontrado anel de antimatéria ao redor da Terra

O cinturão de Van Allen interno é um verdadeiro posto de combustível de antimatéria para os foguetes do futuro.[Imagem: Pamela Project]

Foguetes do futuro

A Terra possui ao seu redor um anel de antiprótons, confinados pelas linhas do campo magnético do nosso planeta.

Essa antimatéria, que pode persistir por períodos que vão desde alguns minutos até horas, antes de se aniquilar com a matéria normal na atmosfera, poderia ser usada para abastecer os foguetes ultra-eficientes do futuro.

A Terra é constantemente bombardeada por raios cósmicos vindo do espaço que, ao chegar, criam uma chuva de novas partículas conforme eles colidem com as partículas de matéria ao se aproximar do planeta.

E essa chuva de partículas contém antipartículas.

Muitas delas ficam presas dentro dos cinturões de radiação de Van Allen, duas zonas com formato de grossos anéis ao redor do planeta, onde as partículas carregadas espiralam ao redor das linhas do campo magnético da Terra.

Pósitrons e antiprótons

Satélites artificiais já haviam detectado pósitrons - os equivalentes de antimatéria dos elétrons - no cinturão de radiação.

Agora, uma sonda detectou antiprótons, que têm uma massa 2.000 vezes maior do que os pósitrons.

Partículas mais pesadas tomam rotas mais abertas quando espiralam em torno das linhas magnéticas do planeta - linhas mais fracas do campo magnético também geram espirais mais largas.

Assim, os antiprótons relativamente pesados, ao viajar ao redor das fracas linhas magnéticas do cinturão externo de radiação, devem seguir loops tão grandes que são rapidamente puxados para a atmosfera, onde se aniquilam com a matéria normal.

Mas se acreditava que o cinturão interno teria campos fortes o suficiente para capturar os antiprótons - e, na verdade, foi justamente aí que eles agora foram encontrados.

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O detector Pamela está a bordo de um satélite russo de observações, em uma órbita entre 350 e 600 km de altitude. [Imagem: Pamela Project]

Bilhões de partículas de antimatéria

Piergiorgio Picozza e seus colegas da Universidade de Roma, na Itália, detectaram a antiprótons usando o PAMELA, um detector de raios cósmicos italiano que está no espaço, a bordo de um satélite russo de observação da Terra.

A sonda voa através do cinturão interno de radiação da Terra, em uma posição diretamente acima do Atlântico Sul.

Entre julho de 2006 e dezembro de 2008, o PAMELA detectou 28 antiprótons presos em órbitas espirais em torno das linhas do campo magnético que brotam do pólo sul da Terra.

Se parece pouco, é importante lembrar que o PAMELA captura amostras em uma parte quase desprezível do cinturão interno de radiação - o equivalente à área de seus sensores. Extrapolando os resultados para toda a área ao redor da Terra, os cientistas calculam que há um bocado de antimatéria girando continuamente ao nosso redor.

"Estamos falando de bilhões de partículas", afirmou Francesco Cafagna, da Universidade de Bari, na Itália.

Essa armadilha de antimatéria natural não é muito diferente das armadilhas de antimatéria que os físicos estão construindo nos laboratórios aqui embaixo.

Foguetes de antimatéria

Alessandro Bruno, outro membro da equipe, afirma que essa antimatéria presa nos cinturões de radiação da Terra poderá ser útil no futuro para abastecer naves espaciais.

Os foguetes poderiam ser alimentados pela reação entre matéria e antimatéria, uma reação que produz energia de forma muito mais eficiente do que a própria fusão nuclear que ocorre no núcleo das estrelas.

"Esta é a fonte mais abundante de antiprótons nas proximidades da Terra", diz Bruno. "Quem sabe, um dia uma nave espacial poderia ser lançada e, em seguida, reabastecer no cinturão de radiação interno, antes de viajar para mais longe."

E há vários postos de combustível de antimatéria pelo Sistema Solar: os anéis de radiação de todos os planetas contêm antiprótons.

Especialmente em planetas gigantes, como Saturno e Júpiter, deve haver um estoque de antimatéria milhões ou até bilhões de vezes maior do que o da Terra, o que alimenta as esperanças de viagens bem mais distantes.

Bibliografia:

The discovery of geomagnetically trapped cosmic-ray antiprotons
O. Adriani et al.
The Astrophysical Journal Letters
2011 Julho 27
Vol.: 737 2 L29
DOI: 10.1088/2041-8205/737/2/l29
http://arxiv.org/abs/1107.4882

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ESTRUTURA BÁSICA DE UM TEXTO LEGAL

http://www.fontedosaber.com/concursos-publicos/estrutura-basica-de-um-texto-legal---como-interpretar-leis.html - em 04/08/2011 23:12

Achei o texto que se segue bastante elucidativo, não obstante o linguajar ser bem técnico e, por isso mesmo, não muito acessível ao leigo, mesmo assim nos dá uma ideia de como se estrutura o texto legal, pois, pouca gente sabe o que faz a distinção entre os termos comumente usados como, por exemplo, lei, decreto, resolução, etc., bem como distinguir o que seja artigo, alínea, parágrafo e demais subdivisões da estrutura da lei. Antromsil.

ESTRUTURA BÁSICA DE UM TEXTO LEGAL

Autor: GABRIEL FERNANDO DE ALMEIDA

Proibida Reprodução Para Fins Comerciais

As expressões artigos, alíneas, incisos, parágrafos, entre outras, são muito comuns quando estamos estudando ou mesmo ouvindo falar de uma determinada lei, resolução, portaria, etc. Entretanto, apesar de simples, o modo como se estrutura uma lei e o conceito das unidades de divisão e organização do texto legal não são de conhecimento de todos. O autor fez, portanto, um breve resumo para que possamos entender melhor como funciona a organização do texto legal e não ficarmos mais perdidos quando ouvirmos frases do tipo: "A norma se encontra na alínea a, do inciso III, do parágrafo quinto, do artigo 7º da lei tal".

Entender estes conceitos é um dos primeiros passos quando se decide estudar leis. Os conceitos abaixo estão descritos de forma bem simplificada, apenas para facilitar o estudo daqueles que estão iniciando. Quem quiser informações mais detalhadas poderá conseguir nas seguintes textos: Lei Complementar 95/98, Lei Complementar 107/2001 e Decreto 4.176/2002, que trazem as normatizações dos textos legais.

1. Artigo: É a unidade básica da lei. Toda lei tem, no mínimo, um artigo, e eles constituem a forma mais prática de se localizar alguma informação dentro da lei, por maior que ela seja. Quando a lei é muito grande, geralmente ela possui uma grande quantidade de artigos (A CLT, Consolidação das Leis do Trabalho, por exemplo, possui mais de 900 artigos), mas eles nunca se repetem. Os artigos são representados pela abreviatura art. seguidos de numerais ordinais até o 9º; após, segue com números cardinais, exemplo: art. 9º, art. 10. Ao enunciado do artigo dá-se o nome de caput (lê-se cápati).

2. Parágrafo: É um desdobramento da norma de um determinado artigo, podendo
complementá-la, indicar alguma exceção, etc. é indicado pelo símbolo § e vem seguido de um número ordinal até o 9º; após, segue com números cardinais, da mesma forma que o artigo. Quando o artigo possui apenas um parágrafo, o chamamos de parágrafo único. Todo parágrafo deve estar vinculado a um determinado artigo, ou seja, é incorreto dizer: Me refiro ao parágrafo tal da lei tal... Devemos, portanto, dizer: Me refiro ao parágrafo tal, do artigo tal, da lei tal .....  Pois, lembrando, é o artigo a unidade básica da lei, nunca se repetindo a mesma numeração e o parágrafo, apenas um desdobramento. Ou seja, existe apenas um art. 1º em uma lei, mas podem existir vários § 1º, em vários artigos diferentes.

3. Inciso: É um desdobramento do artigo ou do parágrafo, conforme o caso. São representados por algarismos romanos e são encerrados, geralmente, por ponto-e-vírgula, salvo se for o último inciso do artigo ou parágrafo ou se o inciso se desdobrar em alíneas. É importante não confundir: o inciso não se encontra no mesmo "nível hierárquico" do parágrafo. Um parágrafo pode ser divido em incisos, mas um inciso não pode se dividir em parágrafos. Vejamos o exemplo abaixo, tirado do artigo 5º da Constituição Federal:

"(...)

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

(...)

LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.

§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.

(...)"

No exemplo acima, temos: o texto que se segue após Art. 5º é o enunciado do artigo, chamado de caput. Neste caso, o caput encerrou-se com dois-pontos, indicando que ele será desdobrado, em parágrafos e/ou incisos. Como vemos, ele se desdobrou em 78 incisos, sendo que o último foi transcrito.

O parágrafo primeiro é um desdobramento do artigo 5º, e não do inciso LXXVIII. O parágrafo primeiro poderia ser, se fosse o caso, desdobrado em outros incisos, recomeçando a contagem do inciso I. Caso quiséssemos nos referir a ele, diríamos: inciso I, do § 1º, do artigo 5º da Constituição Federal.

Obs.: Um artigo pode se desdobrar apenas em parágrafos, apenas em incisos, nos dois ou em nenhum dos dois. Os incisos podem se desdobrar em alíneas e os parágrafos em incisos ou alíneas.

4.  Alíneas: Representam o desdobramento dos incisos ou dos parágrafos. São representadas por letras minúsculas, acompanhadas de parênteses. Um artigo também pode se desdobrar diretamente em alíneas, sem a necessidade de incisos ou parágrafos.

5.   Itens: É o desdobramento da alínea. É representado por algarismos arábicos (ou seja, os algarismos "normais") seguido de ponto final.

Vejamos, então, a estrutura básica:

Lei 2009/2009

Art.1º Aqui virá o caput, que é o enunciado do artigo.

     § 1º Aqui virá o texto do parágrafo único, que é um desdobramento do artigo, que terminará com dois-pontos porque será complementado pelo inciso abaixo:

          I - aqui virá o texto do inciso I, que será desdobrado na alínea abaixo:

               a) aqui virá o texto da alínea a, que conterá os itens abaixo:

                     1. informação do primeiro item;

                     2. informação do segundo item.

Portanto, se quisermos, por exemplo, nos referir ao termo que está em negrito, devemos dizer: item 1, da alínea a, do inciso I, do § 1º, do artigo 1º da lei 2009/2009.

Lembrando que essa divisão não é obrigatória, pois o artigo pode ser dividido:

  • · apenas em incisos,
  • · apenas em parágrafos, ou
  • · apenas em alíneas, ou então
  • · ter apenas o caput, sem desdobramentos.

Existem também outras formas de divisão do texto legal. Para leis que são muito grandes, ou que possuem um conteúdo muito diversificado, podemos dividi-las em:

  • · partes,
  • · livros,
  • · títulos,
  • · capítulos,
  • · seções e
  • · subseções.

Teríamos então, a grosso modo, a seguinte "hierarquia":

Lei 2009/2009

PARTE PRIMEIRA LIVRO I

TÍTULO I

CAPÍTULO I

Seção I

Subseção I

Art. 1º

Caput:

§ 1º (...)

Neste exemplo, caso queiramos nos referir ao conteúdo sublinhado, não precisamos dizer: § 1º, do art. 1º, da subseção I, da seção I, do capítulo I, do título I, do livro I, da primeira parte da lei 2009/2009. Basta dizermos § 1º do art. 1º da lei 2009/2009, pois, lembrando, o artigo constitui a unidade básica da lei e a sua numeração é sempre contínua, não existindo dois artigos primeiros em qualquer lei. Portanto, quando mudar para a "Subseção II", por exemplo, a numeração dos artigos continuará de onde parou na "Subseção I".

Espero tê-los auxiliado e tornado um pouco mais fácil o entendimento das estruturas dos textos de lei.

Um grande abraço e bons estudos!

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Biodiesel de cana-de-açúcar

Plantão

Empresa de biotecnologia vai produzir diesel de cana no Brasil

Guilherme Gorgulho - Inova Unicamp - 31/07/2011

 

Empresa de biotecnologia vai produzir diesel de cana no Brasil

Unidade de produção industrial da LS9 em Okeechobee, na Flórida (EUA).[Imagem: LS9]

Biodiesel de cana-de-açúcar

Interessada no crescimento do mercado de biocombustíveis e na indústria sucroenergética brasileira, a empresa de biotecnologia norte-americana LS9 está chegando ao Brasil aberta a oportunidades de negócios com sua tecnologia de produção de diesel a partir da cana-de-açúcar.

A companhia, sediada na Califórnia, anunciou em julho a criação da LS9 Brasil Biotecnologia, com um escritório em São Paulo, mas ainda planeja a construção de um laboratório de pesquisas e quer iniciar até 2014 a comercialização de seus produtos.

A estratégia consiste em encontrar parceiros para viabilizar a fabricação do biodiesel e de produtos bioquímicos a partir da abundante oferta de matéria-prima no País.

Fundada em 2005, a empresa vai inaugurar em agosto uma planta de demonstração na cidade de Okeechobee, na Flórida, que poderá ser expandida para escala industrial e estuda ainda a construção de uma planta no Brasil.

O plano de desenvolvimento da tecnologia da LS9 é baseado no potencial de seu portfólio no mercado de combustíveis e produtos químicos que substituam os derivados de petróleo e que sejam renováveis.

Testes do biodiesel

No mês passado, a empresa anunciou também uma parceria no Brasil com a fabricante de caminhões e ônibus MAN Latin America para testar o diesel em motores, tanto em bancada como em campo de provas.

O objetivo é analisar desempenho, emissões, consumo e durabilidade dos motores nos veículos da Volkswagen [a linha de caminhões Volkswagen foi adquirida pela MAN] movidos com o biocombustível. O produto da LS9 é um combustível avançado do tipo drop-in, ou seja, pode ser utilizado sem a necessidade de adaptações nos motores e não requer infraestrutura própria.

Sob o nome comercial de Ultra Clean, o biodiesel da LS9 é produzido pela fermentação de açúcares a partir da ação de uma cepa da bactéria Escherichia coli geneticamente modificada para gerar, principalmente, alcoóis graxos, ácidos graxos e ésteres.

"A tecnologia da LS9 é muito flexível em relação à matéria-prima, que são açúcares; não é necessariamente o caldo de cana, podem ser outras fontes de açúcar, inclusive estamos testando outras matérias-primas. Além disso, há a vantagem da flexibilidade de produção; enquanto a maioria das empresas de biotecnologia faz um produto, com a nossa tecnologia é possível fazer vários produtos", explicou Lucila de Avila, diretora geral da LS9 Brasil Biotecnologia, em entrevista a Inovação Unicamp.

A executiva, que está desde março na companhia norte-americana, considera que a tecnologia está "quase pronta para ser comercializada".

Empresa de pesquisadores

Com cerca de 100 funcionários, 60% deles pesquisadores, a empresa sediada em South San Francisco, na Califórnia, foi fundada por dois cientistas: Chris Somerville, professor de Botânica da Universidade de Stanford, e George Church, professor de Genética da Universidade de Harvard, com o financiamento dos fundos de capital de risco Flagship Ventures e Khosla Ventures. Atualmente, a Lightspeed Venture Partners também faz parte da companhia.

A empresa emprega pesquisadores nas áreas de biologia sintética, engenharia metabólica, microbiologia, enzimologia, bioinformática e engenharia química, entre outras. Atraída pela competitividade da cana brasileira para a produção de seu biocombustível, a start-up já deu início a parcerias com outros grupos interessados nos seus produtos renováveis.

Desde 2009, a LS9 tem uma parceria com a norte-americana Procter & Gamble para o desenvolvimento de químicos renováveis a partir da sua tecnologia patenteada. Em fevereiro deste ano, o acordo - cujos termos são mantidos em sigilo - foi ampliado para uma segunda etapa.

Substitutos renováveis

A diretora geral da LS9 explica que a P&G emprega muitos derivados petroquímicos e óleo de palma em seu portfólio, mas que as pressões do mercado pela sustentabilidade têm levado a multinacional a buscar substitutos renováveis.

Segundo ela, outro ponto importante é que a cadeia de produção do óleo de palma - baseada em países do sudeste da Ásia, como Malásia e Indonésia - tem provocado diversos impactos ambientais.

A LS9 conta também com uma parceria estratégica com a empresa de energia norte-americana Chevron para o desenvolvimento de hidrocarbonetos específicos. Além desses acordos, a LS9 está avaliando outros negócios para explorar sua tecnologia.

"Estamos em uma fase de estudar os mercados para avaliar oportunidades, mas a nossa tecnologia é essa: você 'diz' para a bactéria o que ela precisa produzir e muda o metabolismo dela por meio de enzimas." Segundo Lucila, com essa tecnologia é possível fazer substâncias com cadeias carbônicas que vão do C8 ao C18.

Escalonamento da produção

Inicialmente, a firma de biotecnologia contava apenas com a planta-piloto em South San Francisco para testar seu produto, com cana-de-açúcar plantada na Flórida, e terceirizava, por meio de contratos de industrialização, o escalonamento em outras fermentadoras.

Agora, a direção da LS9 está desenvolvendo o projeto e estudando a localização de um laboratório no Brasil para testar a matéria-prima local e fazer a demonstração da tecnologia. Lucila prevê que a decisão sobre a cidade que abrigará o laboratório possa ser tomada ainda neste ano, para que o investimento, de valor não divulgado, comece a ser feito.

Entre os municípios que estão sendo avaliados estão Campinas, Piracicaba, Paulínia e a capital paulista. Estão sendo estudadas também parcerias com universidades brasileiras, mas ainda não foram iniciados os contatos.

O Brasil está no foco principal da empresa e já estão sendo feitas negociações com produtores nacionais para alcançar a escala comercial, tanto na área de biodiesel quando no setor de produtos bioquímicos. Esses acordos poderão ser para o fornecimento de matéria-prima, para contratos de fornecimento de tecnologia ou até mesmo joint ventures.

"Não significa que a LS9 vai trabalhar somente com o Brasil, não existe nenhuma exclusividade, mas para nossa tecnologia é o país das maiores possibilidades", afirmou Lucila, ressaltando o interesse da firma também pela Ásia.

Planta piloto

A planta piloto, na Califórnia, tem capacidade de produção de mil litros e, a partir de agosto, a planta de demonstração, na Flórida, poderá produzir de 4.000 a 5.000 litros - capacidade essa que poderá ser ampliada para 140 mil litros até o final de 2011.

Essa unidade de Okeechobee ainda permitirá a instalação de outros tanques de fermentação para chegar aos 800 mil litros, caso a empresa decida ter uma planta industrial na América do Norte.

"O nosso biodiesel necessita apenas que se coloque o açúcar e a bactéria, para que ela produza o diesel. Depois esse diesel pode ser separado fisicamente com apenas uma centrifugação simples. Não é necessário, como no caso de outras empresas de biotecnologia, enviar o produto para ser submetido a algum tipo de processamento externo, como uma etapa de hidrogenação. O nosso é muito simples e fácil de ser produzido", conclui a diretora geral.

Versatilidade do micro-organismo

A mesma bactéria que produz o diesel também faz produtos químicos, mas o que muda na tecnologia é o metabolismo do micro-organismo, alterado por meio da engenharia genética. "Estamos estudando agora quais são os mercados que nos interessam. São vários: surfactantes, lubrificantes, cosméticos, detergentes e outros produtos de limpeza, tintas e entre outros. As possibilidades são inúmeras."

"Temos que aprofundar muito essa pesquisa e esse desenvolvimento. Nós estávamos nos concentrando em diesel e em alguns produtos químicos que estão sendo desenvolvidos com alguns parceiros específicos. Como essas pesquisas já estão adiantadas e nós já estamos chegando próximo ao rendimento ótimo para comercialização, então, começaremos a entrar nessas outras pesquisas."

Sem querer revelar o custo do diesel da LS9, Lucila ressaltou que "certamente" ele é mais competitivo que o biodiesel vegetal convencional, por causa da valorização da soja. Outra vantagem, destaca, são suas propriedades físicas: menor viscosidade a baixas temperaturas e maior durabilidade ou resistência à oxidação.

Em relação ao diesel de petróleo, a executiva afirma que, nos níveis atuais de preço do barril de óleo, tem "quase certeza" sobre a competitividade do seu produto. Além disso, ele teria menor teor de enxofre e mais qualidade de combustão que o derivado fóssil, segundo dados divulgados pela empresa.

Leque amplo para usinas de cana

Em meio às atuais incertezas de investimentos e volume de produção do setor sucroalcooleiro, a LS9 considera que parcerias com usineiros para a produção do diesel de cana possibilitariam uma interessante diversificação no portfólio que ajudaria a superar os problemas de rentabilidade do etanol.

"Os produtores de cana-de-açúcar hoje têm um horizonte de preço que é limitado ao preço da gasolina, que por sua vez é administrado pela Petrobrás. Nosso produto vai adicionar valor ao usineiro porque vai permitir ter um produto diferenciado, que tem outro ciclo e outra lucratividade e isso vai ser muito interessante", justifica Lucila.

Apesar de considerar a companhia como bem estruturada financeiramente para os "próximos anos", a diretora geral afirma que existe a possibilidade de entrada de novos investidores de venture capital na LS9 nessa fase de expansão para a produção comercial, sendo que está sendo estudada até mesmo a realização de uma oferta pública inicial de ações.

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cientistas transformam ácidos em bases

Materiais Avançados

Alquimia: cientistas transformam ácidos em bases

Redação do Site Inovação Tecnológica - 01/08/2011

Alquimia: cientistas transformam ácidos em bases

O Dr. Guy Bertrand contou que a ideia de transformar ácidos em bases veio durante um brainstorming com seus alunos.[Imagem: L. Duka]

Químicos conseguiram realizar em laboratório um feito que até agora era considerado impossível: eles transformaram em bases uma família de compostos que normalmente são ácidos.

Como todos podem se lembrar de suas aulas de química, ácidos são o oposto químico das bases.

Ácidos viram bases

Mas o Dr. Guy Bertrand e seus colegas da Universidade de Riverside, nos Estados Unidos, fizeram ácidos virarem bases.

"O resultado é totalmente contra-intuitivo," comentou o Dr. Bertrand. "Quando eu apresentei recentemente os resultados preliminares desta pesquisa em uma conferência, o público estava incrédulo, dizendo que era algo simplesmente inatingível.

"Mas nós conseguimos: nós transformamos compostos de boro em compostos similares ao nitrogênio. Em outras palavras, nós fizemos ácidos se comportarem como bases".

Compostos do elemento boro são ácidos, enquanto compostos de nitrogênio ou fósforo, por exemplo, são básicos.

O feito abre caminho para uma série totalmente nova de reações químicas, com aplicações potenciais na indústria farmacêutica e de biotecnologia, na fabricação de novos materiais e novos catalisadores, apenas para citar alguns exemplos.

"É quase como transformar um átomo em outro átomo," diz Bertrand.

Catalisadores

O pesquisador é especialista em catalisadores.

Um catalisador é uma substância - geralmente um metal, ao qual se ligam íons ou compostos - que permite ou facilita uma reação química, mas não é consumida e nem alterada pela reação em si.

Alquimia: cientistas transformam ácidos em bases

A "alquimia" que permitiu a transformação de ácidos em bases foi possível modificando-se o número de elétrons no boro, sem alterar seu núcleo atômico. [Imagem: Science]

Embora apenas cerca de 30 metais sejam usados para formar os catalisadores, os íons ou moléculas de ligação, chamados ligantes, podem ser contados aos milhões, permitindo a criação de numerosos catalisadores.

Atualmente, a maioria desses ligantes compõe de materiais à base de nitrogênio ou fósforo.

"O problema com o uso dos catalisadores à base de fósforo é que o fósforo é tóxico e pode contaminar os produtos finais", disse Bertrand. "Nosso trabalho mostra que agora é possível substituir ligantes de fósforo em catalisadores por ligantes de boro. E o boro não é tóxico," explica o pesquisador.

Revolução na catálise

A "alquimia" que permitiu a transformação de ácidos em bases foi possível modificando-se o número de elétrons no boro, sem alterar seu núcleo atômico.

"As pesquisas com catálise têm avançado em pequenos passos incrementais desde a primeira reação catalítica, feita em 1902 na França. Nosso trabalho é um salto quântico na pesquisa de catálise porque uma vasta família de novos catalisadores agora passa a estar disponível.

"Quais tipos de reações esses novos catalisadores à base de boro são capazes de facilitar é algo que ainda não se sabe. O que se sabe é que eles são potencialmente numerosos," conclui Bertrand.

Bibliografia:
Synthesis and Characterization of a Neutral Tricoordinate Organoboron Isoelectronic with Amines
Rei Kinjo, Bruno Donnadieu, Mehmet Ali Celik, Gernot Frenking, Guy Bertrand
Science
29 July 2011
Vol.: 333 (6042): 610-613
DOI: 10.1126/science.1207573

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Primeiro navio vertical do mundo

Meio ambiente

Primeiro navio vertical do mundo fará pesquisas oceânicas

BBC - 01/12/2009

 

Primeiro navio vertical do mundo fará pesquisas oceânicas

Os cientistas viverão debaixo d'água e haverá uma plataforma pressurizada de onde mergulhadores poderão partir em missão.[Imagem: Jacques Rougerie]

Um arquiteto francês apresentou publicamente o protótipo daquele que deverá ser o primeiro navio vertical do mundo, possibilitando ao homem uma nova maneira de explorar o fundo do mar.

Jacques Rougerie, de 64 anos, afirmou que sua invenção, uma estação oceanográfica batizada de SeaOrbiter, será realidade "em um futuro próximo".

Estação oceanográfica móvel

Rougerie afirma já ter metade dos 35 milhões de euros necessários para a construção da estrutura, que, ao contrário das atuais estações submarinas, será móvel e poderá navegar pelos oceanos.

"Atualmente, os oceanógrafos só podem mergulhar por curtos períodos de tempo e depois têm de ser trazidos para a superfície. É como se fossem levados para a Amazônia e depois tirados de lá em um espaço de uma hora", comparou. "O SeaOrbiter vai oferecer uma presença móvel permanente com uma janela para tudo o que está abaixo da superfície do mar."

Navegação e comunicação

Segundo o projeto de Rougerie, a estação terá 51 metros de altura e contará com uma parte submersa e outra para fora da água.

Equipamentos de navegação e comunicação ficarão acima da superfície, juntamente com uma plataforma de observação.

Os cientistas viverão debaixo d'água e haverá uma plataforma pressurizada de onde mergulhadores poderão partir em missão.

O projeto conta ainda com a consultoria de Jean-Loup Chrétien, o primeiro astronauta da França, que está envolvido no design da estação.

Sistema anticolisão

O sistema anticolisão da estrutura é baseado no que é atualmente utilizado na Estação Espacial Internacional.

Rougerie, que dirige um carro-anfíbio, vive e trabalha em um barco e já passou 70 dias em uma expedição submarina, disse que as chances de o SeaOrbiter ser realmente construído "são de 90%".

Um grande estaleiro francês já assinou sua participação no projeto, que também ganhou o apoio do presidente francês, Nicolas Sarkozy.

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Primeiro barco oceanográfico brasileiro

Plantão

Primeiro barco oceanográfico construído no Brasil

Com informações da Agência Fapesp - 29/07/2011

 

 

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Com exceção da parte eletrônica, a maior parte dos equipamentos - como guinchos e reversores - é nacional. [Imagem: Inace]

 

Em junho de 2012, a comunidade científica deverá ter à disposição o primeiro barco oceanográfico inteiramente construído no Brasil.

A construção da embarcação já foi iniciada e será celebrada em uma cerimônia de "batimento de quilha" no dia 12 de agosto, no estaleiro Inace, em Fortaleza (CE).

O barco, cujo nome ainda não foi escolhido, faz parte de um projeto de incremento da capacidade de pesquisa submetido à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) pelo Instituto Oceanográfico (IO) da Universidade de São Paulo (USP).

O projeto também inclui a aquisição do navio oceanográfico Alpha Crucis, que deverá estar disponível em novembro para substituir o navio Professor W. Besnard, que está sem condições operacionais de pesquisa desde que sofreu um incêndio, em 2008.

Capacidade do barco

De acordo com o coordenador do projeto, Rolf Roland Weber, professor do Departamento de Oceanografia do IO-USP, o novo barco oceanográfico terá 25 metros de comprimento e poderá transportar 20 alunos e dois professores, além da tripulação. A autonomia é de 10 a 15 dias, dependendo do número de pessoas embarcadas e do nível de consumo de água.

"Com essa capacidade de pessoal, poderemos dar conta de toda a demanda dos estudantes. O barco poderá operar em toda a faixa de 200 milhas marítimas da fronteira litorânea. Isso permitirá estudos em toda a plataforma continental de São Paulo, incluindo a área do pré-sal. Somando-se ao navio oceanográfico, teremos um conjunto de instrumentos que poderá levar a capacidade de pesquisa na área a um novo patamar", disse Weber.

Segundo ele, o custo total do barco será de R$ 4 milhões. O programa EMU (Programa Equipamentos Multiusuários) destinará R$ 3,2 milhões e o restante - correspondendo aos motores e uma série de equipamentos científicos - será financiado com recursos do próprio IO-USP. A previsão é que o barco seja entregue em junho de 2012.

Primeiro barco oceanográfico feito no Brasil

"Inicialmente se cogitou a aquisição e reforma de um barco usado, como fizemos com o navio oceanográfico. Mas não havia barcos pequenos em bom estado à venda e optamos por construí-lo aqui. Será o primeiro barco oceanográfico construído no país. Trata-se de uma iniciativa importante, por desenvolver a tecnologia nacional", disse.

Com exceção da parte eletrônica, a maior parte dos equipamentos - como guinchos e reversores - é nacional. "Isso contorna o problema que tínhamos com o navio oceanográfico antigo: tudo era importado e fora de linha. Uma troca de motor gerava um problema desesperador", explicou.

"Ele será uma plataforma de trabalho intermediária entre um navio oceanográfico e um barco pequeno. O que temos hoje são barcos de pesca de madeira, adaptados. No caso do novo barco, não haverá adaptações. Ele está sendo construído especificamente para fins de pesquisa. Isso é interessante porque sabemos que qualquer modificação posterior se torna muito cara e complexa, devido ao espaço reduzido nesse tipo de embarcação", afirmou.

Weber afirma que o barco tem operação simples e de baixo custo, em relação ao navio oceanográfico. Os gastos de operação do barco deverão ficar em torno de US$ 4 mil a US$ 5 mil por dia, enquanto o custo diário do Alpha Crucis deverá variar entre US$ 15 mil e US$ 16 mil.

Barco multiusuário

"Como faz parte do programa EMU, o barco poderá ser solicitado para pesquisas de qualquer universidade, inclusive as privadas. Mas o regulamento estabelece prioridade para certos casos, como os projetos financiados pela FAPESP e o uso por pesquisadores do IO-USP. Em seguida, têm preferência os projetos das outras duas universidades estaduais paulistas", disse Weber.

Segundo ele, o barco deverá oferecer uma nova perspectiva até mesmo para os estudantes de graduação. "Algumas turmas, nos últimos anos, acabaram se formando sem jamais embarcar no Professor Besnard. Estávamos alugando barcos, mas a desvantagem é muito grande, porque o custo é alto e a embarcação nunca é do jeito que queremos. Além disso, ficamos sujeitos a comandantes que não têm formação oceanográfica", disse.

O uso de barcos da Marinha também limita as pesquisas, segundo Weber, porque o programa de cada viagem precisa ser definido previamente e não permite mudanças. "Isso é limitante, pois naturalmente novas necessidades científicas aparecem durante as viagens", disse Weber.

Logística

Embora o IO-USP tenha bases de pesquisa em Ubatuba (SP) e em Cananeia (SP), o barco deverá ficar ancorado em Santos (SP), por uma decisão logística. Quatro tripulantes deverão ser contratados.

"Com calado de 2,70 metros, o barco provavelmente terá dificuldades para entrar na barra de Cananeia, a não ser que tenhamos um mestre excepcionalmente talentoso. Em Ubatuba, podemos ancorá-lo temporariamente em um cais do Instituto de Pesca, mas não podemos deixá-lo lá por muito tempo", explicou.

Santos também deverá ser o destino do Professor Besnard, segundo Weber, onde será transformado em um museu. O plano é que o velho navio seja colocado em uma nova área do cais do terminal marítimo de passageiros, que está sendo revitalizada.

"Esperamos que a Prefeitura de Santos assuma o professor Besnard e faça dele um museu. A USP oferecerá um curso de museologia para o treinamento de monitores, mas caberá à Prefeitura manter a embarcação", disse Weber.

Segurança e conforto

Escolhido para o serviço, o estaleiro Inace existe desde 1974 e, nas duas décadas seguintes, especializou-se na construção de embarcações militares para a Marinha brasileira e para países africanos.

De acordo com o engenheiro naval Arthur Doering, gerente de contratos da Inace, a empresa atua em três linhas distintas: navios militares, iates de luxo e o segmento offshore (embarcações de apoio para a indústria do petróleo).

"Pelo fato de trabalharmos em três áreas distintas, com navios de especificidades variadas, tivemos a flexibilidade suficiente para assumir o projeto do barco oceanográfico. A construção de uma embarcação voltada para pesquisa é um desafio muito interessante", destacou.

Segundo ele, a construção de um barco de pesquisa envolve a necessidade de cuidados especiais com as áreas de laboratórios - que irão abrigar instrumentos científicos delicados - e com todos os aspectos de habitabilidade.

"O barco receberá um conjunto de estudantes e pesquisadores com necessidades de pesquisa. Precisamos garantir que eles possam ser recebidos com segurança e conforto. É um grande prazer trabalhar para um projeto que ajudará a fortalecer a pesquisa oceanográfica na costa brasileira", afirmou Doering.

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