Mitologia Grega: Afrodite
De acordo com as crenças mitológicas, foi nascida da espuma do mar gerada quando o pai dos titãs Urano foi castrado por seu filho Cronos. Este atirou os genitais cortados do pai ao mar, que começou a ferver e a espumar e promoveu a fecundação em Tálassa, deusa do mar.
A mais antiga dos deuses olímpicos ergueu-se da espuma e foi levada pelas ondas até chegar a ilha de Chipre e assim Kypris (= cipriota) foi um dos vários adjetivos que lhe foram atribuídos. Em outra versão seria filha de Zeus com Dione, filha de Urano e Tálassa.
Criada e educada pelas ninfas do mar em suas cavernas, a deusa da beleza e do amor foi levada pelo mar, de ilha em ilha, encantando a todos com sua beleza e graça. Era acompanhada pelas três Cárites, ou Graças como eram também conhecidas, Aglae, Tália e Eufrosina, que faziam grinaldas para os seus cabelos e teciam vestidos com as mais belas cores. Essas fatiotas enchiam o ar com as mais inebriantes fragrâncias florais.
Chegando ao Monte Olimpo, onde um trono a esperava e os deuses aguardavam-na, seu enorme poder sedutor fez com que Zeus e os demais deuses disputassem o tempo todo os encantos dela, porém ela recusou suas propostas de casamento.
Zeus, para recompensar Hefaístos (Vulcano), que lhe havia fabricado o trovão, e também ressentidos como vingança e punição pela rejeição, deu-a em casamento ao feio e deformado deus do fogo. Entre ela e Hera, a esposa de Zeus, não havia muita simpatia, especialmente pelo fato de que ela ter sido indicada mais bela do Olimpo.
Para não ser traído pela mulher, Hefesto dava-lhe as melhores jóias do mundo, inclusive um cinto mágico do mais fino ouro, entrelaçado com filigranas mágicas. Então ela usava o cinto, para aumentar seus já irresistíveis encantos e conquistar mais amantes. Amou e foi amada por muitos deuses e mortais e dentre seus amantes mortais, os mais famosos foram Anquises e Adônis. Teve filhos com vários deles como Hermafrodito com Hermes, Eros, o deus do amor e da paixão, com Zeus, Anteros com Adônis, Fobos, Deimos e Harmonia com Ares, Himeneu com Apolo, Príapo com Dionísio e Enéias com Anquises.
Também não admitia que nenhuma outra mulher mortal tivesse uma beleza comparável com a sua, punindo todas que possuíssem tal beleza ou mesmo que se atrevessem em comparar a beleza com a sua, como aconteceu com Psiquê e Andrômeda.
Foi provavelmente uma das divindades mais veneradas por parte de todos os povos gregos e romanos, suas festas eram chamadas de afrodisíacas e eram celebradas por toda a Grécia, especialmente em Atenas e Corinto.
Com o passar do tempo e com o crescimento da religiosidade patriarcal, a deusa não perdeu sua mensagem de sexualidade liberal e passou a ser vista como frívola e promíscua. Era representada como uma mulher com uma coroa de flores, um ramo de oliva em uma das mãos e um símbolo da abundância na outra.
Um dos mais belos e importantes templos de todo o Império Romano, situado na Vía Sacra de Roma, era consagrado a essa deusa. Sua construção foi iniciada por Agripina e terminada por Vespasiano, e lá depositaram-se todas as riquezas saqueadas do grande templo de Jerusalém.
Originário de Chipre, o seu culto estendeu-se a Esparta, Corinto e Atenas. Ela tinha o poder de inspirar amor nos corações humanos ou destruí-los e encarnava a perfeição da beleza feminina.
A famosa estátua, a Vênus de Milo, e a mais conhecida e apreciada peça da escultura mundial, hoje, se encontra no Museu de Louvre, em Paris.
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(Colaboração de Renato Monteiro Kloss: rkloss@onda.com.br)
Figura copiada do site REGIONE CAMPANIA:
http://www.culturacampania.rai.it/
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