EXTINTA FUNÇÃO PRECÍPUA DA PRF



Os principais serviços prestados ao público pela Polícia Rodoviária Federal, como o auxílio ao cidadão na estrada e aos moradores localizados às margens da rodovia em casos de urgência e emergência, como parto, por exemplo, e o mais importante, na minha opinião, o atendimento às vítimas de acidente, foram extintos, não sei por determinação de quem. Alguém lá de cima modificou o serviço e eliminou as macas existentes nas viaturas e agora os policiais tem que aguardar a chegada do SAMU e não podem mexer na vítima por falta de capacitação técnica para o atendimento. Até aí, tudo bem, o policial realmente não é qualificado para essa tarefa. Mas, e onde não tem o SAMU, como é que fica?

É bem verdade que os policiais rodoviário federais não são médicos, enfermeiros ou mesmo técnicos ou auxiliares de enfermagem, e nem a PRF tem quadros específicos de profissionais de saúde. Entretanto esses serviços foram executados por décadas e quase sempre dava certo. Só morreram aqueles tinham mesmo de morrer e não por imperícia dos PRFs que, embora não tivessem uma formação específica em saúde, são possuidores de instrução de primeiros socorros em seu currículo.

Ocorre que, com essa nova medida, pela demora do socorro devem perecer muito mais vítimas, as quais poderiam ser salvas por estar a PRF bem mais próxima dos locais do que o SAMU. E por que não anexar um grupamento do SAMU aos principais postos da PRF? A resposta é óbvia, falta, em primeiro lugar a iniciativa; em segundo, boa vontade, porque dinheiro tem sobejando e, aliás, o que se paga de IPVA, IVA, IPI, multas, etc., etc., não está no gibi e dá pra fazer e conservar rodovias e ainda sobra muita coisa.

Além do mais, por falar em multas, o policial rodoviário federal está sendo avaliado, dentre outros parâmetros, pelo número de multas imposta a cada um deles que pode responder administrativamente se não atingir a meta especificada para o período, o que em outras palavras significa dizer que são forçados a multar um tanto xis de infrações, deixando margem a se pensar numa indústria de multas para a geração de renda. Até eu mesmo fui multado; e olhe que sou um PRF aposentado, imagine se não fosse!

Ora, vê-se assim o absurdo que é esse tipo de procedimento porque o mesmo acontece em algumas de nossas cidades em que os guardas municipais tem esse mesmo dever determinado por secretários ou gestores ávidos por arrecadação.

Não é por esse lado. Que sejam multados os infratores, que se cumpram os ditames da Lei, mas sem que haja uma verdadeira caça às bruxas, uma espécie de santa inquisição do sistema viário brasileiro.

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