Materiais Avançados
Com informações da Agência Brasil - 08/07/2013
A grande novidade da pesquisa brasileira é a matéria-prima usada para obter as fibras de carbono, o piche de petróleo, o resíduo do processamento do óleo, praticamente sem valor comercial.[Imagem: Agência Brasil]
O Brasil desenvolveu uma tecnologia inédita com fibra de carbono, mais barata e tão resistente quanto às comercializadas no mercado internacional.
A pesquisa foi desenvolvida pelo Exército Brasileiro em parceria com a Petrobras.
Muito usada na indústria da aeronáutica e automobilística a fibra de carbono diminui o peso dos materiais sem perder a resistência.
Mas a grande novidade da pesquisa brasileira é a matéria-prima usada para obter as fibras de carbono - o piche de petróleo.
A fibra de carbono de piche já é produzida comercialmente no Japão e nos EUA, mas a partir do piche de alcatrão ou sintético (substâncias químicas puras), e com o preço de comercialização variando entre US$ 50 e US$ 1 mil o quilograma.
O alto custo faz com que o material, que substitui sobretudo o aço e alumínio, seja mais usado em veículos de luxo, carros de Fórmula-1, aviões e foguetes.
De acordo com o gerente do Projeto Carbono, do Centro Tecnológico do Exército (CTEx), Major Alexandre Taschetto, a vantagem da invenção brasileira é que os derivados do petróleo - ou "fundo do barril de petróleo" - não têm mercado significativo, o que ajuda a baratear a fibra de carbono brasileira e viabilizar o uso em larga escala.
"Avaliamos que a fibra de carbono de piche de petróleo brasileira pode custar entre US$ 10 a US$ 15 por quilo. A indústria automobilística avalia que, se o custo da fibra estiver abaixo de US$15 por quilo, já compensa substituir o aço por fibra em maiores quantidades", explicou o major.
Taschetto explicou ainda que, para o Exército, a nova tecnologia também é muito útil na fabricação de materiais mais leves para os soldados, "desde equipamentos individuais, como capacete, armamento leve, como pistola e fuzil, até armamento pesado, como metralhadora, morteiro, além de peças para viaturas mais leves".
A produção em escala industrial do material ainda está em estudos pela Petrobras.
O produto produzido em escala semi-industrial será apresentado no Congresso Mundial de Pesquisadores da Área de Carbono (Carbon 2013), entre os dias 15 e 19 de julho, no Rio de Janeiro.
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