Casos engraçados
O VESTIDO DE CHITA
Dona Maria, uma senhora sexagenária, mora nos arredores do Posto da PRF de Irauçuba, cidade do Noroeste do Ceará, conhecida pela sua aridez a exemplo de muitas outras localidades do Estado. Ali prestei serviço em boa parte do meu tempo de ativa.
Nesse tempo, o Posto da PRF era abastecido por caminhões pipas do antigo DNER que transportava água abundante de Sobral, visto que não havia serviço de abastecimento de água para aquele local e, além do mais, a água servida na cidade não era de boa qualidade.
Como dispúnhamos de uma grande cisterna, dividíamos o precioso líquido com parte dos moradores adjacentes que todas as manhãs acorriam ao posto para reabastecerem seus lares com água potável.
Numa dessas manhãs, enquanto dona Maria e suas filhas enchiam as latas, eu estava próximo e iniciamos um dedo de prosa. Disse-lhe, dentre outras brincadeiras, que se por um acaso eu acertasse na Mega Sena que estava acumulada eu lhe daria um presente, um vestido novo.
Ela ficou satisfeita e deu sorriso como que a agradecer a minha virtual lembrança. Eu, porem, por minha vez, disse-lhe:
- Mas, não fique muito animada não, dona Maria, que vai ser um vestidinho de chita!
Ela, porém, na sua simplicidade e sem perder graça, retrucou:
- Não seu Romão, de chita o Sr. Pode deixar que eu mesma compro!
O IRMÃO
Repartição pública brasileira tem de tudo e vez por outra encontramos alguns episódios interessantes e muitas vezes, cômicos.
No antigo DNER quando as coisas funcionavam, nossas estradas eram melhor assistidas e não faltava praticamente nada nas sedes das Residências. Todo funcionário, embora não muito bem remunerado, tinha como se virar, dava um jeitinho daqui e dali e tudo ficava bem.
Por essa época, havia um irmão, crente fervoroso, aparentando ser pessoa muito séria, mas que não tinha nada de besta e que trabalhava como motorista. Enquanto os outros se viravam com um biscate aqui e ali, o irmão conserva-se insuspeito, isento de qualquer acusação que desabonasse sua conduta ilibada.
Porém, como dizem que o Diabo tem uma mão tapada e outra furada, um de seus companheiros o flagrou numa atitude bastante suspeita para uma pessoa sem mácula, vendendo uma mercadoria que não era sua e sim, propriedade do Governo Federal. Certo que era coisa sem importância, migalhas que não fariam falta, mas que não deixava de ser uma ilegalidade.
Seu colega, diante do fato, lhe interpelou da seguinte maneira:
- Irmão! Como é que você vai se ver diante de Cristo Nosso Senhor com uma atitude desta? – ao que ele respondeu abruptamente:
- Jesus Cristo não tem nada a ver com a minha vida particular!
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