TUDO OU NADA, OU... QUASE TUDO
Até parece que nós somos a população de uma cidadezinha onde só existem pessoas parvas, cujas informações e execução das leis nos sejam dadas somente a conta-gotas.
Falo isso porque as normas de trânsito por aqui são executadas por etapas, como por exemplo, a obrigatoriedade do uso do capacete para os motociclistas e mais recentemente a obrigatoriedade do emprego do cinto de segurança. Por que não efetivar tudo de uma só vez? A lei existe e deve ser cumprida na integra e não aos pedaços.
Não dá para entender porque a maioria das infrações são toleradas enquanto que outras são rigorosamente punidas. Ou se fiscaliza tudo ou não se fiscaliza nada. Pra que fiscalizar cinto, capacete, estacionamento se em contrapartida não se coíbe infrações como: reboques sem sinalização (equipamento obrigatório) e sem placa; veículos particulares alugados às prefeituras; o transporte de menores de sete anos em motocicletas; três ou até mais pessoas em uma motocicleta; pessoas sem habilitação, veículos com descarga livre, dentre um cem número de infrações que não são observadas pela fiscalização?
Outra coisa, por que fiscalizar uns e outros não? Eu compreendo e até sei as respostas e com conhecimento de causa, senão vejamos.
A grande verdade é que o agente de trânsito ou o policial não deve aplicar o cumprimento da lei à risca, sem reservas, porque é tolhido em suas ações. Se fiscaliza um parente ou amigo do chefe, pode sofrer retaliações e geralmente isso é o que ocorre com muita freqüência. E o pior é que este não recebe instruções nem mesmo veladas para fazer essas ressalvas. Tem que “se virar”, intuir ou adivinhar mesmo.
Ele também não é nem doido para fiscalizar o veículo de uma “autoridade”, mesmo que ela não seja das mais altas, que leva logo um pito depois da carteirada ou da famosa advertência do: “sabe quem eu sou?”
Outrossim, não pode punir infrações de veículos de chapa branca e, acreditem, não existe um, - salvo raríssimas exceções – que não esteja em desacordo com as normas de trânsito em vigor. Se multar pode se preparar para receber o castigo por contrariar interesses particulares, pois ninguém quer se incompatibilizar com os políticos, com os seus iguais e nem com as autoridades constituídas.
Ambulâncias de prefeitura, dificilmente conduzem documentos e quando os tem são desmantelados. Os seus condutores também não portam nem mesmo os documentos deles, quando não são inabilitados.
Aqui mesmo em Sobral quase que diariamente circulam carros particulares alugados às prefeituras que nunca, mas nunca mesmo, foram incomodados e eu du-vi-d-o-dó que tenha alguém intrépido bastante para examinar.
É por isso que eu digo: enquanto não se abolir a vetusta prática abusiva e aviltante dos dois pesos e das duas medidas o fiel da balança da nossa justiça sempre tenderá para um só lado, e adivinhem para qual?
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