AS ELEIÇÕES E OS REPRESENTANTES DO POVO
Mais uma eleição se aproxima. Os partidos começam os preparativos para suas convenções onde deverão homologar os nomes de afiliados e ou de prováveis coligações para o próximo pleito.
É nesse tempo, no qual todos os excessos são tolerados, quando o sossego público vira bagunça e não adianta reclamação porque não tem para quem apelar. É o tempo em os carros de som de alta potência sonora invadem as artérias citadinas, afrontado a lei do silêncio e os ouvidos do cidadão com alta intensidade decibelimétrica de som sem temerem ser importunados por ninguém, nem mesmo pela polícia.
As ruas da cidade, principalmente no centro onde acorre maior número de pessoas, viram uma barafunda babélica onde se misturam pessoas comuns assediadas por cabos e soldados eleitorais conversando e distribuindo santinhos uns, outros, agitando bandeiras que, de quando em vez, acertam a cabeça de um transeunte despercebido, dificultando a travessia de um lado para o outro da rua.
O dinheiro suado do trabalhador brasileiro nessa parte preliminar do litígio eleitoral é literalmente queimado em forma de fogos de artifício que são estourados aos milhares por dia, deixando a população canina em debandada, procurando se esconder nos mais recônditos abrigos e nós humanos, com os nervos em pandarecos pelos atropelos e pelo exagerado barulho.
Sem contar os mais diversos dissabores ocasionados em toda eleição, como o emporcalhamento das ruas e avenidas com o lixo que se espraia, com cartazes, outdoors, faixas, etc., ainda temos que aturar com freqüência as visitas inoportunas, inesperadas e insípidas de candidatos mil, verdadeiros lobos em velocinos que prometem como sem falta para faltar como sem dúvida.
Estes, quando eleitos, seja para o Senado, Câmara dos Deputados, Assembléias Legislativas, Prefeituras e Câmaras Municipais, se dizem representantes do povo e, teoricamente deveria ser assim.
Entretanto, na prática a estória é bem diferente porque, em primeiro lugar, representarão a si mesmos, defendendo os seus interesses particulares. Em segundo lugar, os interesses dos seus partidos que, através de conchavos e barganhas na busca incessante por cargos importantes na composição do governo esquecem, ou melhor, derrogam em detrimento do povo que o elegeu, a finalidade precípua de estão delegados, e alfim, representarão ainda, o interesse de grandes empresários nacionais ou internacionais, porque eles não são bestas!
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