Tecnologia pode dispensar fertilizantes na agricultura

Meio ambiente

Revolução agrícola: Tecnologia pode dispensar fertilizantes na agricultura

Redação do Site Inovação Tecnológica 30/07/2013

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O professor Edward Cocking garante que as plantas não são geneticamente modificadas, apenas se utilizam de uma relação simbiótica com uma bactéria natural.[Imagem: University of Nottingham]

Revolução agrícola

Um pesquisador da Universidade de Nottingham, no Reino Unido, garante ter feito uma descoberta que poderá mudar a forma como a humanidade cultiva seus alimentos.

Ele desenvolveu plantas que sintetizam o nitrogênio diretamente do ar atmosférico, dispensando o uso de fertilizantes na agricultura.

A adoção da agricultura é vista como um divisor de águas na história da humanidade, quando o homem deixou para trás as práticas de caça e coleta, modos de subsistência típicas dos demais animais.

A segunda revolução veio no início do século passado, com o desenvolvimento do processo Haber-Bosch, que permitiu a fabricação de fertilizantes sintéticos, impulsionando a agricultura e permitindo que a humanidade passasse de 1,6 milhão de habitantes em 1900 para os cerca de 7 bilhões atuais.

O problema é que, se os fertilizantes são bons para as culturas humanas, eles estão longe de serem benignos para o meio ambiente. A poluição causada pelo nitrogênio é uma das grandes preocupações dos ambientalistas, incluindo os danos causados pelos nitratos, pela amônia e pelos óxidos de nitrogênio.

Fixação do nitrogênio

Agora, o Dr. Edward Cocking garante ter descoberto uma tecnologia que permite que todas as culturas de grãos do mundo capturem o nitrogênio do ar, acabando com a dependência dos fertilizantes e potencialmente iniciando uma terceira revolução agrícola.

A fixação do nitrogênio, o processo pelo qual o nitrogênio é convertido em amônia, é vital para que as plantas sobrevivam e cresçam.

No entanto, apenas um número muito pequeno de plantas, a maioria leguminosas (como ervilha, feijão e lentilha) têm a capacidade de fixar o nitrogênio a partir da atmosfera, com a ajuda de bactérias fixadoras de nitrogênio.

A grande maioria das plantas precisa obter o nitrogênio a partir do solo, o que significa que a as culturas comerciais em todo o mundo dependem dos fertilizantes nitrogenados sintéticos - para isso, o homem usa o processo Haber-Bosch para sintetizar a amônia e fabricar os fertilizantes.

Sem modificação genética

Agora, o professor Cocking desenvolveu uma técnica para inserir bactérias fixadoras de nitrogênio nas células das raízes das plantas.

Seu ovo de Colombro ficou de pé quando ele descobriu uma cepa específica de bactérias fixadoras de nitrogênio na cana-de-açúcar capaz de colonizar intracelularmente todas as principais plantas cultivadas comercialmente.

Em seus experimentos, ele verificou que a fixação da bactéria nas raízes dá a praticamente todas as plantas a capacidade de fixação do nitrogênio a partir do ar.

Segundo o pesquisador, a técnica não é nem modificação genética e nem bioengenharia, já que usa tão somente uma bactéria natural, que tem a capacidade de fixar o nitrogênio a partir do ar.

Inserida no interior das células das plantas através da semente, a bactéria dá a cada célula a capacidade de fixar nitrogênio diretamente da atmosfera.

Segundo Cocking, que batizou sua tecnologia de N-Fix, as sementes da planta são revestidas com estas bactérias a fim de criar uma relação simbiótica - mutuamente benéfica - e produzir nitrogênio naturalmente.

Testes de campo

Tudo foi testado em laboratório, e pareceu funcionar como esperado. Agora é só esperar os testes de campo.

A Universidade já licenciou a tecnologia para a empresa Azotic Technologies, que vai tentar obter autorização para o uso do N-Fix em vários países, incluindo o Brasil.

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Grafeno poderá tornar internet 100 vezes mais rápida

Eletrônica

Com informações da Universidade de Bath - 17/07/2013

Grafeno poderá tornar internet 100 vezes mais rápida

O grafeno tem apenas um átomo de espessura, mas é extremamente forte. Os cientistas exemplificam isso afirmando que seria necessário um elefante equilibrado sobre um lápis para romper a folha monoatômica do material.[Imagem: University of Bath]

O uso do grafeno em telecomunicações poderá acelerar a velocidade da internet em até 100 vezes.

Físicos das universidades de Bath e Exeter, no Reino Unido, demonstraram que o grafeno possui taxas de resposta óptica extremamente curtas.

Antes de subirem, ou depois que descem dos satélites, as informações digitais são transmitidas através de dispositivos optoeletrônicos, tais como fibras ópticas, lasers e fotodetectores.

Os sinais são enviados por luz com comprimento de onda na faixa do infravermelho e guiados usando interruptores ópticos, que convertem os sinais em uma série de pulsos, verdadeiros pacotes de fótons.

As chaves ópticas atuais disparam um pulso a cada poucos picossegundos - cerca de um trilionésimo de segundo. Quanto mais rápidos forem esses disparos, maior será a velocidade de transmissão da informação.

Thomas Limmer e seus colegas observaram agora uma taxa de resposta de um detector óptico à base de grafeno na faixa de 100 femtossegundos - cerca de 100 vezes mais rápido do que os materiais atuais.

O dispositivo não é feito de grafeno propriamente dito, que contém apenas uma camada atômica - em vez disso, os cientistas usaram várias camadas empilhadas do material, no que eles chamam de "grafeno de poucas camadas".

"Nós observamos uma taxa de resposta óptica ultrarrápida usando o 'grafeno de poucas camadas', que tem aplicações interessantes para o desenvolvimento de componentes optoeletrônicos de alta velocidade. Esta resposta rápida está na parte infravermelha do espectro eletromagnético, onde muitas aplicações em telecomunicações, segurança e também na medicina estão sendo desenvolvidas," comentou o professor Enrico Da Como, coordenador do experimento.

No longo prazo, estes componentes também poderão levar ao desenvolvimento de lasers de cascateamento quântico baseados em grafeno. Esse tipo de laser semicondutor é utilizado no monitoramento de poluição, segurança e espectroscopia.

Outros estudos já demonstraram que as propriedades elétricas do grafeno podem ser controladas com luz, facilitando ainda mais sua integração com a eletrônica atual.

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Bibliografia:
Carrier Lifetime in Exfoliated Few-Layer Graphene Determined from Intersubband Optical Transitions
Thomas Limmer, Jochen Feldmann, Enrico Da Como
Physical Review Letters
Vol.: 110, 217406
DOI: 10.1103/PhysRevLett.110.217406

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Processo industrial produz hidrogênio com luz solar

Meio ambiente

Redação do Site Inovação Tecnológica - 24/07/2013

Processo industrial pode produzir hidrogênio com luz solar

O hidrogênio é um combustível limpo e muito promissor. Melhor ainda se ele for produzido de forma sustentável, usando luz solar. [Imagem: Francesc Sastre et al./EES]

Cientistas espanhóis descobriram um catalisador que usa a luz solar para conduzir uma reação química essencial para a indústria produzir hidrogênio.

E, além de usar a energia solar, a reação ocorre a temperatura ambiente.

O hidrogênio é um portador de energia alternativa limpo e eficiente - sua "queima" para a geração de eletricidade em células a combustível para impulsionar um carro elétrico, por exemplo, gera apenas água no cano de escapamento.

No entanto, como o hidrogênio normalmente não existe isolado na natureza, ele deve ser liberado a partir de compostos que o contenham, como a água.

Produção de hidrogênio

Em nível industrial, a maior parte do hidrogênio é produzida pela reação de reforma do vapor. O metano reage com o vapor a altas temperaturas, produzindo hidrogênio (H2), monóxido de carbono (CO) e dióxido de carbono (CO2).

Em uma reação posterior, chamada WGS (sigla em inglês para reação de transferência água-gás), o CO e o vapor reagem novamente para produzir CO2 e mais H2. Esta etapa requer temperaturas de cerca de 350 °C e um catalisador à base de um óxido de ferro ou de cobre.

Ou seja, o limpo hidrogênio ainda tem um combustível fóssil e um grande gasto de energia em seu berço industrial.

Francesc Sastre e seus colegas da Universidade Politécnica de Valência agora descobriram que o dióxido de titânio enriquecido com nanopartículas de ouro pode catalisar a reação WGS com grande eficiência, mediante a irradiação com luz visível.

Isso é um tanto surpreendente, já que é a primeira evidência experimental da química WGS acionada por fótons - os cientistas são sinceros em dizer que ainda não compreendem o mecanismo que faz a coisa funcionar.

Mas, o que é importante é que ela funciona.

Não ainda em um nível de rendimento que permita competir com o processo industrial, mas os pesquisadores afirmam que este aumento de eficiência é o objetivo da próxima etapa do seu trabalho.

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Bibliografia:
Photocatalytic water gas shift using visible or simulated solar light for the efficient, room-temperature hydrogen generation
Francesc Sastre, Marica Oteri, Avelino Corma, Hermenegildo García
Energy & Environmental Science
Vol.: Advance Article
DOI: 10.1039/c3ee40656c

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Computador mais barato do mundo poderá ter fábrica no Brasil

Informática

Com informações da BBC - 18/07/2013

Fonte: http://www.inovacaotecnologica.com.br

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O Raspberry não trabalha com governos, mas com as comunidades e escolas, criando uma rede de entusiastas - mais de 1 milhão até agora - que acreditam no produto.[Imagem: Divulgação]

O Raspberry Pi, o computador mais barato do mundo, poderá ser fabricado no Brasil para baratear o preço do produto no país.

O RasberryPi é vendido por US$ 35 (R$ 78) no Reino Unido, mas chega ao Brasil custando US$ 85, cerca de R$ 189.

"As taxas de importação do Brasil são quase proibitivas", disse Eben Upton, diretor-executivo do Raspberry Pi Foundation. "Por isso, se conseguirmos produzir o Pi por lá, tornaremos o produto muito mais acessível e poderemos também facilitar a distribuição para toda a América Latina."

Upton diz considerar a região como um mercado prioritário para a distribuição do computador.

Sem fornecer números precisos, Upton disse que atualmente vende "algumas milhares" de unidades do computador no Brasil, o que ele considera pouco diante do tamanho da população, renda média e "entusiasmo dos brasileiros por tecnologia."

Ele afirma que ainda está no estágio de reconhecimento do mercado e que ainda não negociou com possíveis parceiros a fabricação do Pi no Brasil.

Raspberry PI

O Raspberry PI é um computador de uma placa só, do tamanho de um cartão de crédito, que não possui teclado, mouse, ou monitor.

O Pi, como é carinhosamente conhecido, tem um sistema operacional baseado em Linux, que pode ser trocado por outro software de código aberto.

Segundo Upton, a ideia principal por trás do Raspberry Pi é fomentar a educação.

"Não estamos produzindo engenheiros de computação suficiente no Reino Unido, ou no planeta. Por isso pensamos que poderíamos criar um novo dispositivo para produzir uma nova geração de entusiastas de programação," disse Upton.

Upton diz que o software da placa é atualizado em média a cada dois meses e que não haverá uma nova versão do computador nos próximos dois anos. "Não queremos que as pessoas invistam dinheiro e esforços em um produto que irá expirar em breve. Ainda há espaço suficiente para crescer com o modelo atual, e desafios para serem superados."

Ao nomear sua criação como Raspberry Pi (ou "Framboesa Pi" em português), os fundadores buscaram continuar a tradição de empresas de informática que usam frutas como um nome, como Apple (Maçã) e BlackBerry (Amora).

"Raspberry (framboesa) parecia uma fruta divertida, e projetava a imagem que queríamos. E Pi (além de sua referência ao número) foi uma homenagem à linguagem de programação Python, uma das mais educativas que existe," explicou Upton.

"Espero que em cinco anos ela se torne uma plataforma verdadeiramente útil para que as pessoas façam o que quiser com ela. E espero que o Raspberry Pi esteja presente em muitas casas em países em desenvolvimento," completou.

Caridade tecnológica

Mas apesar de seu tamanho, é um sucesso de vendas para a organização sem fins lucrativos que o criou.

"Até pouco antes do lançamento, nossa ambição era vender mil unidades," disse Upton. "Mas logo antes de lançar, suspeitamos que não seria suficiente, e que teríamos uma demanda maior do que esperávamos."

O maior problema da organização era que eles não estavam preparados para atender uma grande demanda, nem teriam a capacidade de fabricar milhões de unidades em pouco tempo.

"Nós somos uma organização de caridade, não temos muito dinheiro. Não podemos pegar investimento privado, nem vender ações na bolsa de valores", diz Upton. "Por isso mudamos o modelo operacional e nos tornamos uma empresa que licencia o uso da criação."

Assim, com parceiros a bordo, o projeto foi capaz de receber uma boa notícia: 100 mil unidades vendidas no primeiro dia de lançamento, 29 de fevereiro de 2012, e mais de um milhão até o momento. Curiosamente, contou o fundador, 70% das vendas foram fora do Reino Unido, principalmente nos Estados Unidos.

Cérebro para robôs

Duas coisas surpreenderam Upton desde o lançamento do aparelho. Uma delas é o fato de que as pessoas estão usando o Raspberry Pi como uma parte central de novos equipamentos, principalmente de robôs. "Achávamos que as inovações viriam mais do lado de software."

A segunda surpresa foi que, apesar de ter sido criado pensando na educação de jovens e crianças, outras pessoas estão usando o computador. "Pessoas estão se juntando e estão fazendo coisas muito engraçadas com ele".

"Isso pode ser explicado porque, no Reino Unido, há uma longa tradição de ver a computação como algo divertido, algo que você pode usar para inovar e criar coisas incríveis", concluiu Upton.

Escolas

O projeto para levar o Raspberry Pi às escolas também está progredindo. O escritório do Google no Reino Unido, por exemplo, concedeu um subsídio de US$ 1 milhão para distribuir o computador em milhares de escolas.

Ao contrário do projeto One Laptop Per Child ("Um computador por criança" em tradução livre), criado por duas ONGs norte-americanas para supervisionar a facilitação de dispositivos educacionais para países em desenvolvimento, o Raspberry não trabalha com governos, mas com as comunidades e escolas que vêm a eles, criando uma rede de entusiastas que acreditam no produto.

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Casos - O JUDAS

O JUDAS

Por Antromsil

23/07/2013

imageO Nordeste brasileiro é riquíssimo em folclore, em crenças e costumes diversos, como sói acontecer em todo Brasil.

Sobral, encravado no Noroeste cearense tem também as suas tradições, suas datas festivas, como o Boi de Reisado, as Festas Juninas e a Malhação do Judas, como fechamento da Páscoa e da Quaresma, nas quais acontecem, vez por outra, algum tipo de episódio engraçado.

Determinados casos ocorridos são contados por pessoas que, de certo modo, se especializaram no assunto porque as contam com desenvoltura e com graça, como certos membros da família Dias.

Alberto Dias, mais conhecido pela alcunha de Bebeca, quando em conversa de bar, na qual fala-se de todos assuntos que se possa imaginar, contou-me um destes casos que tentarei retratar, conforme o que entendi, com o máximo de fidelidade que me for possível.

Por ocasião de uma dessas festas, em que as pessoas se deslocam das localidades onde residem para a igreja mais próxima, no caso, a sede do Distrito ou mesmo para a cidade onde as festividades eram mais animadas, pois, no final dos ritos sacros havia os folguedos das quermesses, das barracas de guloseimas, com comidas típicas, refrescos e bebidas diversas, do parque de diversão, da banda de música, e outras atrações, que era um deleite para todos, principalmente os mais jovens, que aí encontravam ocasião para se distrair, esquecendo a rotina do dia a dia.

A tradição do Judas (ou Malhação do Judas), há muito arraigado nos costumes do povo, tem a sua vez de Sexta-feira da Paixão para Sábado de Aleluia, quando este, depois de confeccionado é pendurado preferencialmente em um pau bem alto para dificultar a sua derrubada no Domingo da Ressurreição, pela tarde.

Havia na localidade, determinado elemento com dotes artísticos que confeccionou um exemplar do Judas bastante peculiar pelas características acrescentadas ao boneco de engonço que, assemelhando-se aos de marionete, ganhou movimentos nas mãos de seu criador que assim o fez para a noite assustar os transeuntes menos precavidos.

Era uma Sexta-feira Santa, e quase todos os católicos da localidade da Mutuca haviam saído para participar da procissão do Senhor Morto. Terminada esta e concluídos os ritos finais que culminam com a bênção, alguns dos que moram mais longe pegam o caminho de volta, outros ficam um pouco mais e alguns, até o encerramento.

Os primeiros que passaram pelo local onde foi trepado o Judas, (possivelmente um pé de oiticica ao lado do caminho), saiam correndo espavoridos com o susto, espantados que eram pelo baixar e levantar do fantoche e dos movimentos dos seus membros, assemelhando-se ao homem, manipulados habilmente pelo seu criador e operador que, evidentemente caia na risada, pondo a mão na boca para não ser notado pelas suas vítimas.

A penumbra da noite dificultava uma visão mais clara do objeto que dava a impressão de coisa do outro mundo, uma visagem como se conhece por aqui.

Depois que muitos se assombraram, a notícia correu célere e em pouco tempo quase toda gente da região já havia tomado conhecimento das peripécias de tal abantesma.

Um terceiro personagem entra a cena na pessoa de um homem metido a valente, moreno de boa estatura, de mais ou menos uns quarenta e cinco anos de idade que, já com umas quatro na cabeça, deveria passar obrigatoriamente pelo local do acontecimento, por tratar-se do seu caminho.

Armado de peixeira, como de costume e mais ou menos cauteloso posto que já sabia da notícia, Zelão pegou a estrada e dirigiu-se a sua residência que não distava muito dali, quando, ao aproximar-se do local foi pego de surpresa com a queda brusca do Judas que, arreado ao chão, ao mesmo tempo ficou de pé. Zelão, pulando para trás e, lógico, sacando sua arma da bainha, investiu furiosamente contra o fantoche que pulava e gesticulava mais que um macaco.

Travou-se então uma batalha acirrada entre os personagens que se estendeu por longo tempo, pois, enquanto um desferia violentos golpes de faca contra o adversário, este, mesmo ferido não sangrava e nem dizia uma palavra, somente se defendia com braçadas e pernadas, ora pulando, ora esparramando-se no chão.

Foi então quando Zelão já bastante cansado pelo combate, suado e resfolegando, estacou exclamando:

- Oxente! Tu tem é pauta com Cão, desgraçado, vai-te embora daqui! – E, desistindo da pugna, foi-se embora.

Sobral, 23/07/2013

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Descoberta nova forma de carbono

Materiais Avançados

Redação do Site Inovação Tecnológica - 17/07/2013

Nanocarbono ou nanografeno: descoberta nova forma de carbono

Você pode chamar o novo material de nanocarbono, nanografeno, ou simplesmente C80H30. [Imagem: Nature Chemistry]

Nanografeno

Químicos das universidades de Boston (EUA) e Nagoya (Japão) descobriram uma nova forma de carbono.

Até o final do século passado, as duas únicas formas conhecidas de carbono eram o diamante e o grafite.

A descoberta dos fulerenos rendeu o Prêmio Nobel de Química de 1996, enquanto a sintetização do grafeno foi premiada com o Prêmio Nobel de Física em 2010.

Isso deve estar deixando entusiasmados Katsuaki Kawasumi e seus colegas, que descobriram uma nova forma de carbono que eles ainda não sabem se chamam de nanocarbono ou de nanografeno.

Por via das dúvidas, é melhor a notação mais precisa da nova molécula: C80H30.

O novo material é composto por vários segmentos idênticos de grafeno fortemente distorcidos, cada um contendo exatamente 80 átomos de carbono unidos em uma rede de 26 anéis, com 30 átomos de hidrogênio decorando as bordas.

Como medem pouco mais de um nanômetro de diâmetro, estas moléculas individuais são chamadas genericamente de "nanocarbonos", ou mais especificamente, neste caso, como "nanografenos grosseiramente deformados".

Reforço do grafeno

Desafiando a planaridade do grafeno, o aspecto contorcido dessas moléculas altera as propriedades físicas, ópticas e eletrônicas do nanocarbono, o que o define como um novo material.

Por exemplo, as moléculas de nanografeno são altamente solúveis, muito mais do que o grafeno.

"E os dois diferem significativamente na cor também. Medições eletroquímicas revelaram que os nanografenos planares e contorcidos são igualmente oxidáveis, mas o nanografeno contorcido é muito mais difícil de reduzir," disse o Dr. Lawrence Scott, membro da equipe que descobriu a nova forma de carbono.

Este novo material tem tudo para ampliar ainda mais as potencialidades do grafeno, já que é uma demonstração clara de que as interessantes propriedades eletrônicas e ópticas das folhas planas de carbono podem ser modificadas de maneira previsível através da síntese química.

Se os cientistas puderem, por exemplo, controlar o grau de distorção das folhas de grafeno variando o número de anéis na molécula, isso permitirá o desenvolvimento de segmentos de grafeno com propriedades precisamente controladas, o que seria muito útil para a fabricação de componentes optoeletrônicos.

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Bibliografia:
A grossly warped nanographene and the consequences of multiple odd-membered-ring defects
Katsuaki Kawasumi, Qianyan Zhang, Yasutomo Segawa, Lawrence T. Scott, Kenichiro Itami
Nature Chemistry
Vol.: Published online
DOI: 10.1038/nchem.1704

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"Fervura a frio" retira água de produtos sem fervê-la

Mecânica

Redação do Site Inovação Tecnológica - 05/07/2013

Colunas de microbolhas e, embaixo, um perfil de temperatura de uma microbolha.[Imagem: William B. Zimmerman et al./CES]

Para secar um produto ou matéria-prima na indústria, a técnica mais simples é submeter o material ao calor, fazendo com que a água se evapore.

Mas cientistas ingleses acabam de descobrir que há uma forma mais eficiente para secar produtos sem correr o risco de estragá-los.

Para isso, eles estão usando microbolhas muito quentes, que retiram a água sem que ela precise ferver.

"Nós aplicamos esse princípio, chamado 'fervura a frio', para separar água de metanol. Embora bolhas convencionais já venham sendo usadas em processos de evaporação, elas transferem um bocado de sua energia para a mistura. Isso desperdiça energia e também pode 'cozinhar' a mistura, inutilizando-a," explica o professor William Zimmerman, da Universidade de Sheffield, na Inglaterra.

A solução veio na redução do tamanho das bolhas.

"O processo que desenvolvemos envolve aplicar a concentração correta de microbolhas quentes a uma fina camada de líquido. Isto faz com que a água evapore-se com um aquecimento da mistura muito pequeno," disse Zimmerman.

Segundo ele, a capacidade das microbolhas para retirar calor de um líquido poderá ser usada em muitos processos industriais, do processamento de alimentos até a produção de biocombustíveis.

A equipe já está trabalhando na montagem de uma planta-piloto para a secagem com microbolhas, que irá remover o excesso de água do soro do leite, que normalmente é usado como ração animal - se o soro for aquecido em demasia, ele perde seu conteúdo nutricional.

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Bibliografia:
Evaporation dynamics of microbubbles
William B. Zimmerman, Mahmood K. H. Al-Mashhadani, H. C. Hemaka Bandulasena
Chemical Engineering Science
DOI: 10.1016/j.ces.2013.05.026

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NETWORKING? O QUE É ISSO?

Fonte:http://www.futurosobmedida.com.br/Trabalho/networkingoqueeisso.php

Em poucas palavras, networking pode ser descrito como “fazer e  manter contato com pessoas”. Que pessoas?

Gente que trabalha ou trabalhou com ou para você. Pessoas para as quais você trabalhou.

Contatos pessoais, profissionais de áreas de atuação diferentes da sua, amigos, familiares, e basicamente todo mundo que você conheça ou venha a conhecer.
Networking significa desenvolver relacionamentos benéficos - não apenas para você, mas para os outros também. O verdadeiro networking se baseia em relacionamentos honestos e autênticos, em que há suporte e ajuda mútua. Seu network pode ser inicialmente constituído de um pequeno número de pessoas, mas você deveria estar continuamente buscando ampliá-lo, independente de sua situação atual de trabalho.

A importância do networking para seu sucesso profissional vai muito além do fato de essa ser atualmente a estratégia responsável pela maior parte das contratações pelas empresas. Você sabia que 80% das ofertas de emprego nem chegam a ser formalmente anunciadas? Elas são preenchidas através de indicações. Com a atual situação da economia e do mercado de trabalho, existem mais razões do que nunca para construir e fortalecer seu network.

Para algumas pessoas, iniciar um network pode parecer difícil e atemorizante, mas o processo é muito mais simples e indolor do que parece.

Por Onde Começar?

  • Primeiramente, tenha preparado o que é conhecido em inglês como “discurso de elevador”. O nome já indica que se trata de algumas frases bem escolhidas, capazes de contar sua história profissional no tempo que um elevador levaria para ir do primeiro ao último andar de um edifício. Ou seja, algo em torno de 30 a 90 segundos, dependendo da situação.

O discurso de elevador é útil em várias situações e você deve ter um pronto para ser usado em qualquer hora e em qualquer lugar. Ele pode ser informal em uma conversa individual ou um pouco mais elaborado quando você estiver se apresentando a um grupo. Ele também pode ser útil em uma entrevista, quando for pedido que você fale um pouco sobre si ou justifique porque a empresa deveria contratá-lo. Você ainda pode usá-lo ao ligar para potenciais empregadores ou ao deixar uma mensagem na caixa postal de um headhunter (caçador de cabeças).

Resista à tentação de exagerar, e não confunda esse discurso com um currículo. Ele não deve ser uma lista de títulos e posições de trabalho.  Seja direto e conciso, mas crie um “gancho”, algo que deixe seu ouvinte interessado em saber mais sobre você. Se for preciso, coloque no papel e pratique em casa, com seus familiares, até que ele soe natural e espontâneo. Se a situação permitir, esteja preparado para solicitar um cartão de visita ou propor uma entrevista.

  • Se estiver empregado, utilize seus cartões de visita corporativos. Se estiver desempregado no momento, providencie a impressão de cartões de visita com seu nome, endereço e dados para contato, como telefones e email. Falando em email, por favor, certifique-se de ter um endereço de email profissional e não algo como Luizão33@... ou stmg2398@... Sob seu nome, coloque “Consultor”, ou sua ocupação, como por exemplo, “Gerente Financeiro”. Dê seu cartão a toda pessoa que demonstre interesse em seu trabalho ou em fazer parte de seu network. Se ela se oferecer para recomendá-lo a outras pessoas, dê-lhe cartões adicionais.
  • Mantenha seu currículo atualizado e pronto para ser enviado imediatamente, caso solicitado. Dependendo de sua ocupação e segmento de mercado, pode ser necessário ter uma versão em inglês.
    Comece a pensar em cada lugar ao qual você vai como uma oportunidade de conhecer pessoas. Você nunca sabe quem irá encontrar, então esteja sempre preparado.

Construindo seu Network

  • Faça uma lista com o nome dos colegas de trabalho, em todas as empresas em que atuou. Pense não apenas em seus pares, mas também nas pessoas às quais você se reportou e naquelas que se reportaram a você.
  • Inclua em sua lista as pessoas com as quais teve contato profissional: clientes, fornecedores, pessoas que ocuparam posição similar em outras empresas, colegas de associações relacionadas à sua área de atividade.
  • Aumente sua lista pedindo a seus amigos e familiares que indiquem seus contatos profissionais mais próximos - muitas empresas contam com a indicação dos próprios funcionários para preencher suas vagas.
  • Acrescente seus contatos pessoais: vizinhos, parentes, amigos, pessoas que façam parte de grupos culturais, religiosos e esportivos dos quais você participe.
  • Complete sua lista com os nomes dos profissionais que prestam serviços eventuais a você, como seu médico, dentista, arquiteto, contador. Quanto mais diversificado seu network, mais oportunidades de troca você terá.
  • Não considere essa lista como concluída. Conhecer pessoas é um processo rico e gratificante, que você deveria adotar como parte de seu dia a dia. Portanto, retome o contato com pessoas que não vê há longo tempo, envolva-se com novas atividades - independente de quaisquer oportunidades de trabalho, sua vida ficará muito mais interessante, acredite.

Fazendo Contato

  • Mantenha contato regular com essas pessoas, principalmente se você não estiver precisando delas. O contato regular irá estreitar os vínculos e transformar um contato puramente profissional em uma relação social. Telefone, troque emails ou convide para um cafezinho. Atenção: nunca abuse dos emails, enviando mensagens sem conteúdo, piadas ou correntes.
  • Envie artigos de interesse para seus contatos, juntamente com uma breve nota. Comente uma entrevista que alguém tenha dado a uma publicação ou alguma matéria jornalística sobre o crescimento da empresa. Prometeu enviar alguma coisa? Envie o mais rápido possível. Cumprimente seus contatos por suas promoções, premiações ou realizações profissionais de destaque. E faça este tipo de gentilezas sem esperar nada em troca.
  • Para desenvolver relacionamentos autênticos, você precisa estar verdadeiramente interessado nas outras pessoas, no que elas pensam, fazem e nos pontos que vocês têm em comum.
  • Quando estiver conversando com alguém, não fique olhando ao redor para ver quem mais você pode contatar. E só peça algo quando já tiver estabelecido um vínculo com aquela pessoa.
  • Sempre que você conhecer alguém novo e interessante, envie um breve email dizendo como foi agradável conhecê-lo. Se você quiser aprofundar esse contato, convide-o para um café ou algo casual para que possam conversar mais um pouco.
  • Seja um recurso valioso para as pessoas de seu network. Divida com elas informações interessantes ou importantes que você possa ter. Promova a interação entre as pessoas que você conhece com os mesmos interesses.
  • Especialize-se. Estude e se transforme na pessoa que mais sabe sobre determinado assunto. Escreva artigos sobre esse assunto para o jornalzinho local ou envie por email para seus contatos. Deste modo, as pessoas procurarão por você com freqüência, quando precisarem de uma informação sobre esse assunto.
  • Aproveite as oportunidades de contato com pessoas que detenham características e habilidades que você não tem para aprender com elas. Lembre-se de agradecer pelo que tiver aprendido.
  • Desafie-se. Saia de sua zona de conforto e ofereça-se para atuar em projetos de outras áreas, participe de eventos relacionados à sua atividade ou áreas de interesse. Freqüente lugares novos, em que pessoas com o perfil com o qual você se identifica costumam se reunir ou onde você possa encontrar pessoas de outras áreas mas de alguma forma relacionadas a atividades de seu interesse.
  • Se você já está familiarizado com redes sociais como o Linkedin, Facebook, Twitter  e outras, você pode usá-las como aliadas. Em sites como o Linkedin, você também pode ingressar em comunidades que reúnem pessoas com interesses comuns, aumentando exponencialmente seu network. Se você não sabe do que estamos falando, peça a alguém - seu filho, por exemplo - que o ajude a conhecer esses recursos.
  • Jamais se esqueça de agradecer às pessoas que prestarem qualquer tipo de ajuda, mesmo quando o resultado final não for aquele esperado. Se você aprendeu algo com elas, agradeça. Lembre-se: você não é o único que busca reconhecimento.

Como usar o network

Como você pode ver, criar um network e mantê-lo não é difícil. O maior problema costuma ser o fato de as pessoas só pensarem em networking no momento em que precisam de ajuda. Nesta situação, superar a timidez ou embaraço de admitir que esta desempregado fica muito mais difícil.

Se este for o seu caso, não pense que estará competindo com as mesmas pessoas com as quais vai estar compartilhando informações. Não é verdade. Há poucas chances de você estar concorrendo ao mesmo emprego, na mesma indústria ou na mesma empresa que outra pessoa de seu círculo de contatos.

Não se sinta constrangido em pedir ajuda, afinal networking é uma prática comum e você não está pedindo favores. Você está pedindo - e oferecendo - ajuda a várias pessoas de seu relacionamento, que certamente ficarão felizes em poder ajudá-lo.
Muito bem, você conseguiu superar a timidez, conversou com a pessoa mas não sabe como puxar o assunto? Que tal:

  • "Eu gostaria de ficar com o seu cartão e aproveitar para lhe dar o meu, juntamente com meu currículo...”
  • "Você poderia sugerir alguma empresa em seu segmento que eu pudesse contatar?”
  • "Eu gostaria de poder dar mais detalhes sobre minha experiência. Posso convidá-lo para um café na próxima semana?”

Estar desempregado deixou há muito tempo de significar fracasso ou falta de competência. A economia desacelerou, as regras de mercado mudaram você perdeu seu emprego e está procurando por outro. Diferente da geração de nossos pais, você provavelmente já trabalhou para várias empresas e ainda vai trabalhar para outras tantas antes de se aposentar.

Mesmo que networking seja algo novo para você, pense nisso como uma nova habilidade que você estará desenvolvendo. E da qual você não vai poder escapar, se quiser ser bem sucedido profissionalmente. Assuma o controle de sua carreira e orgulhe-se de seus esforços para manter e aprimorar sua história profissional.

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Eletrônica

Redação do Site Inovação Tecnológica - 10/07/2013

Memória óptica 5D promete guardar dados para sempre

Os dados são gravados por meio da automontagem de nanoestruturas criadas em quartzo fundido. [Imagem: University of Southampton]

Memória de cristal

Cientistas demonstraram experimentalmente pela primeira vez que é possível gravar dados digitais em uma memória óptica de 5 dimensões, e depois lê-los com precisão usando equipamentos simples.

A memória é um vidro nanoestruturado - um cristal de quartzo - no qual foram esculpidas estruturas em nanoescala, e os dados foram gravados e lidos usando um laser com pulsos muito rápidos na faixa dos femtossegundos.

A nova técnica de armazenamento alcançou uma densidade que aponta para discos do tamanho de um DVD com capacidade de 360 Terabytes.

Outras propriedades sem precedentes da nova memória óptica são a estabilidade termal até 1.000°C e, ainda melhor, uma vida útil praticamente ilimitada - os CDs e DVDs atuais têm vida útil média de 10 anos.

É por isso que Jingyu Zhang e seus colegas da Universidade de Southampton, no Reino Unido, estão chamando o novo material de "memória de cristal do Super-homem".

Os melhoramentos são muitos em relação ao protótipo original da memória óptica 5D, apresentado em 2011, colocando o dispositivo muito próximo da comercialização.

Memória eterna

Os dados são gravados por meio da automontagem de nanoestruturas criadas em quartzo fundido.

As informações são registradas em 5 dimensões: além dos eixos X, Y e Z de cada nanoestrutura, são usados o tamanho e a orientação de cada nanoestrutura.

Memória óptica 5D promete guardar dados para sempre

Análise visual de uma das camadas da memória óptica. [Imagem: Jingyu Zhang et al.]

Além disso, no protótipo, os dados foram gravados em três camadas superpostas de nanoestruturas criadas no interior do cristal de quartzo, separadas umas das outras por cinco micrômetros.

As nanoestruturas mudam a forma como a luz viaja ao longo do vidro, modificando a polarização da luz, que pode então ser lida por uma combinação de microscopia óptica e polarizador, similar ao sistema empregado nos óculos de sol Polaroid.

Como o laser altera os átomos no vidro, um dado gravado nesta memória poderia ter uma vida útil indeterminada, "para sempre", como dizem os pesquisadores.

"Nós estamos desenvolvendo uma forma muito estável e segura de memória portátil em vidro, que poderá ser muito útil para organizações com arquivos grandes. Hoje, as empresas têm que fazer backup de seus arquivos a cada cinco ou dez anos, porque a memória dos discos rígidos têm uma vida útil relativamente curta," disse Jingyu.

A equipe está agora à procura de parceiros na indústria para comercializar a tecnologia, que será adequada para registros de longo prazo, já que a gravação é definitiva.

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11 habilidades que o mercado exige e a faculdade não ensina

Fonte: http://revistaalfa.abril.com.br/estilo-de-vida/carreira/11-habilidades-que-o-mercado-exige-e-a-faculdade-nao-ensina/

Diploma na parede e notas elevadas no boletim nem sempre são garantia de sucesso

Talita Abrantes, de EXAME.COM 14h06 08/01/2013

 

clip_image002Sair da formatura com notas elevadíssimas em todas as disciplinas não é garantia de que o recém-formado seja um excelente profissional. Ao contrário.

Especialistas consultados são unânimes ao afirmar que entre os conhecimentos compartilhados nas universidades brasileiras e o que o mercado de trabalho exige para o crescimento na carreira há uma grande lacuna. E não estamos falando apenas de preparo técnico.

“Faltam aquelas competências que os americanos chamam de “soft skills”, como comunicar-se bem, avaliar o que cada um é capaz, montar e motivar uma equipe, além de uma série de outras coisas que levam à uma performance melhor”, diz Armando Dal Colletto, diretor acadêmico da Business School São Paulo.

1- Ser multicultural (na prática)

Fora a possibilidade de ter um intercambista na turma ou estudar por um período em uma universidade estrangeira, poucas são as iniciativas oficiais de muitas universidades por aí para colocar os alunos em contato direto com diferentes culturas.

No mercado de trabalho o cenário é outro: o chefe pode ser coreano, o colega da mesa ao lado, espanhol, a empresa parceira, indiana e o cliente, chinês. A falta de profissionais qualificados no país, a internacionalização das empresas brasileiras e o desembarque de grupos globais por aqui aproximou a rotina corporativa do cenário de Babel.

E inglês fluente não é tudo. De detalhes culturais para negociar melhor até gestos pequenos que contribuem para um boa convivência: “É preciso um entendimento das diversidades”, afirma Dal Coleto.

2- Trabalhar em equipe

Não se engane: os tradicionais trabalhos em grupos da faculdade quase não preparam ninguém para atuar em uma equipe. Motivo? “Quando organizam os grupos de trabalho, os alunos escolhem seus amigos, pessoas com quem se identificam e, no mínimo, a partir de pontos que os aproximam”, diz Casagrande.

Na vida profissional, a história é diferente. Ninguém (exceto o próprio chefe) escolhe com quem vai trabalhar. E, ao contrário da tônica típica dos grupos de faculdade (em que as pessoas tendem a ser parecidas), para uma equipe dar certo no trabalho é essencial que seja composta por pessoas com perfis complementares e, portanto, diferentes, afirma o especialista.

“E, além de tudo, os alunos não aprendem a compartilhar ideias: Para facilitar a a própria vida, dividem tarefas”, diz Casagrande.

3- Fazer networking

Seja por ficar centrado no próprio círculo de amigos e até por uma questão cultural, a faculdade raramente desmistifica a capacidade de fazer networking ou expandir sua rede de contatos profissionais.

“As pessoas têm vergonha de se aproximar dos outros com uma segunda intenção”, diz Gustavo Furtado, fundador da Tricae. E as universidades quase nunca criam meios para que esta visão seja mudada. “Nos Estados Unidos, em todo e qualquer evento as pessoas são estimuladas a se apresentar e falar a sua história”, diz.

4- Ser interdisciplinar

Na faculdade, as disciplinas até podem ser apresentadas em dias ou semestres diferentes. Mas, na rotina corporativa, o conhecimento adquirido de cada uma delas deve ser usado de forma integrada – algo que, infelizmente, o ensino tradicional ainda não sabe manejar.

“As pessoas aprendem a resolver problemas de forma separada e, de repente, precisarão resolver todos estas questões em um problema só”, diz o coach educacional Renato Casagrande.

5- Falar em público

“Nas apresentações de trabalho, geralmente, só fala quem já tem boas habilidades de comunicação. O mais analítico tende a não falar”, diz Joseph Teperman, CEO da Flow. E, na carreira, apresentar-se em público é quase um requisito básico em todas as carreiras – mesmo que seja para uma plateia composta apenas por seus chefes.

6- Como escolher a carreira

A decisão por qual curso superior seguir é apenas o primeiro passo em direção a escolha da carreira que é mais coerente com você. Assim que o diploma é entregue na colação de grau é que começam as verdadeiras escolhas decisivas para a trajetória profissional.

O problema é que a faculdade ensina pouco para este momento. “Não há parceria com as empresas ou consultorias de recrutamento. O profissional sai da faculdade sem saber onde estão e quais são as principais oportunidades do mercado”, diz Furtado, da Tricae.

Muitas vezes, sem saber muito bem qual rumo seguir. “A pessoa acaba seguindo a carreira daquele primeiro estágio que ela conseguiu ou parte para um jogo de tentativa e erro”, diz Teperman.

7- Liderar e gerir pessoas

Exceto por quem se aventura em uma empresa júnior, centros acadêmicos, atléticas ou outros movimentos estudantis, raras são as chances que um graduando tem para treinar a arte de liderar uma equipe. E isso demanda inteligência emocional, resiliência, capacidade para delegar e motivar pessoas. “Tem uma parte da rotina do executivo, que nem um curso de pós ajuda”, afirma Maurício Trezub, CEO da Ciashop.

8- Contratar

“Contratar pessoas para trabalhar com você não é a mesma coisa que convidar um colega para fazer um trabalho”, diz Maurício Trezub, CEO da Ciashop. E muita gente só descobre o tamanho deste desafio quando tem que recrutar pela primeira vez.

“A ajuda, muitas vezes, vem de um superior imediato”, diz Teperman. Mas nem sempre aparece. “Muitos acham que as únicas pessoas boas são aquelas que são espelho delas em vez de pessoas com características complementares a dela”, afirma.

9- Negociar

Nas estruturas tradicionais que a maioria dos cursos de graduação estão assentados há pouco espaço para que o aluno tenha voz e, consequentemente, aprenda a negociar. No máximo, as discussões e os acordos são fechados dentro dos grupos de trabalho – feitos, geralmente, com pessoas parecidas. “Não se aprende a vender ou comprar uma ideia. As pessoas chegam muito ingênuas no mercado”, diz Teperman.

10- Ler ambientes

No mundo corporativo é preciso ser autentico, mas também é essencial se adequar. “Antes de se soltar é importante entender qual é a cultura daquela área para, então, vestir a máscara corporativa”, diz Teperman. Na faculdade, esta adequação raramente é uma exigência. “Se você era da turma da frente nunca foi obrigado a sentar com a turma de trás”, afirma.

11- Portar-se em uma reunião

“As empresas estão mais participativas e menos patriarcais. Com isso, os mais novos são envolvidos nas reuniões desde cedo”, afirma Teperman. Seja por não saber ler ambientes direito, negociar ou falar em público, poucos recém-formados estão prontos para encarar esta missão.

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Brasil desenvolve tecnologia inédita para fabricar fibra de carbono

Materiais Avançados
Com informações da Agência Brasil - 08/07/2013

Brasil desenvolve tecnologia inédita para fabricar fibra de carbono
A grande novidade da pesquisa brasileira é a matéria-prima usada para obter as fibras de carbono, o piche de petróleo, o resíduo do processamento do óleo, praticamente sem valor comercial.[Imagem: Agência Brasil]

O Brasil desenvolveu uma tecnologia inédita com fibra de carbono, mais barata e tão resistente quanto às comercializadas no mercado internacional.

A pesquisa foi desenvolvida pelo Exército Brasileiro em parceria com a Petrobras.

Muito usada na indústria da aeronáutica e automobilística a fibra de carbono diminui o peso dos materiais sem perder a resistência.

Mas a grande novidade da pesquisa brasileira é a matéria-prima usada para obter as fibras de carbono - o piche de petróleo.

A fibra de carbono de piche já é produzida comercialmente no Japão e nos EUA, mas a partir do piche de alcatrão ou sintético (substâncias químicas puras), e com o preço de comercialização variando entre US$ 50 e US$ 1 mil o quilograma.

O alto custo faz com que o material, que substitui sobretudo o aço e alumínio, seja mais usado em veículos de luxo, carros de Fórmula-1, aviões e foguetes.

De acordo com o gerente do Projeto Carbono, do Centro Tecnológico do Exército (CTEx), Major Alexandre Taschetto, a vantagem da invenção brasileira é que os derivados do petróleo - ou "fundo do barril de petróleo" - não têm mercado significativo, o que ajuda a baratear a fibra de carbono brasileira e viabilizar o uso em larga escala.

"Avaliamos que a fibra de carbono de piche de petróleo brasileira pode custar entre US$ 10 a US$ 15 por quilo. A indústria automobilística avalia que, se o custo da fibra estiver abaixo de US$15 por quilo, já compensa substituir o aço por fibra em maiores quantidades", explicou o major.

Taschetto explicou ainda que, para o Exército, a nova tecnologia também é muito útil na fabricação de materiais mais leves para os soldados, "desde equipamentos individuais, como capacete, armamento leve, como pistola e fuzil, até armamento pesado, como metralhadora, morteiro, além de peças para viaturas mais leves".

A produção em escala industrial do material ainda está em estudos pela Petrobras.
O produto produzido em escala semi-industrial será apresentado no Congresso Mundial de Pesquisadores da Área de Carbono (Carbon 2013), entre os dias 15 e 19 de julho, no Rio de Janeiro.
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Propaganda Altamente Enganosa

A oferta mostrada abaixo consta de um e-mail que recebi do Walmart.

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Porém, quando você informa o CEP para efetivar a compra tem a desagradável surpresa de encontrar um preço absurdamente diferente do anunciado pela inclusão de um frete que só pode ser brincadeira, conforme anotações abaixo.

Faz vergonha uma empresa desse quilate oferecer uma promoção nesses termos:

"Cadeira para Auto Comfort itech Blue 0 - 25 Kg Com Almofada no Assento - Nania Nania, com frete grátis".

Quando se preenche o CEP para efetivar a compra, assusta-se de ver um frete absurdo de R$ 747,36.

Valor do frete: + R$ 747,36 ou sem juros em até 12x de R$75,53.  Valor Total: R$ 906,36.

Francamente, isso é pura sacanagem, mas infelizmente é Brasil. Fazer o quê?

Acho desnecessário dizer que não fiz a compra, é claro, até porque no comércio local (Sobral, Estado do Ceará), encontram-se produtos similares de ótima qualidade que não chegam a R$ 350,00.

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INPE testa propulsor espacial com sucesso

Plantão

Com informações do INPE - 25/06/2013

INPE testa propulsor espacial com sucesso

Propulsor de 200N e ampolas contendo o novo catalisador carbeto de tungstênio (W2C). [Imagem: INPE]

Um propulsor monopropelente a hidrazina de 200N de empuxo foi testado com sucesso pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

De forma inovadora, foi utilizado um novo catalisador de decomposição da hidrazina, o carbeto de tungstênio (W2C).

O W2C é muito mais barato do que o catalisador comercial, feito de uma alumina especial que serve de suporte ao irídio (Ir), elemento raro e caro, o que inviabiliza seu emprego em grandes quantidades em propulsores de maior empuxo e tempo curto de acionamento.

Os testes foram realizados no Laboratório de Combustão e Propulsão (LCP), no INPE de Cachoeira Paulista (SP).

Motor auxiliar

O propulsor de 200N faz parte de um projeto que começou com um motor foguete de 35N e que almeja o desenvolvimento de motores monopropelentes e bipropelentes com empuxo de até 800 N.

Os motores monopropelentes são largamente utilizados em controle de rolamento de veículos lançadores ou em manobras orbitais com requisitos de incrementos de velocidade inferiores a 200 m/s.

Os motores bipropelentes nesta faixa de empuxo são utilizados em blocos de aceleração de apogeu de satélites geoestacionários.

O desenvolvimento desta tecnologia envolve especialistas de diferentes áreas, como propulsão, química e catálise.

"O desempenho obtido com o propulsor de 200N foi excelente. O empuxo e impulsão específica previstos no projeto foram atingidos, indicando que mais uma etapa do desenvolvimento foi vencida. O propulsor foi testado em modo contínuo e modo pulsado por um tempo acumulado de teste superior a 300 segundos," comemora José Augusto Jorge Rodrigues, responsável pela produção do catalisador.

Com o êxito do propulsor de 200N, o Grupo de Propulsão do INPE inicia uma nova etapa do projeto, que consiste no desenvolvimento de um propulsor de 400N.

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Vacina por via nasal dispensa agulhas

28/05/2013

Com informações da Agência USP

Fonte: http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=vacina-via-nasal&id=8837

Vacina por via nasal dispensa utilização de agulhas

A quitosana, um polímero natural encontrado na carapaça de animais como o camarão e o caranguejo, está sendo estudada também para unir nervos rompidos.[Imagem: Wikipedia]

Pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo) comprovaram a viabilidade do uso do polímero de quitosana na produção de vacinas que dispensam agulhas para sua aplicação.

A quitosana  é um polímero natural encontrado na carapaça de animais como o camarão e o caranguejo.

O polímero reveste o antígeno da vacina, garantindo sua absorção pelo organismo ao ser aplicada por via nasal.

"Quando é feita a vacinação, o polímero gruda nas vias nasais, o que permite a absorção do antígeno pelo organismo e o desenvolvimento de anticorpos," diz Jony Takao Yohsida, autor do estudo.

A quitosana impede que a vacina seja expelida pelo organismo por meio de espirros após a aplicação.

"A vacina também não é engolida com a renovação do muco nasal, evitando que seja destruída pelos ácidos do estômago", afirma Yoshida. "Testes realizados com camundongos mostraram que é possível imunizar por via nasal com o uso da quitosana".

Modelo genérico

A pesquisa desenvolveu uma nova forma de imunização a partir da vacina contra a hepatite B, disponível no Instituto Butantan.

Mas, segundo o pesquisador, o objetivo da pesquisa era criar um modelo que pudesse ser adaptado para outras vacinas.

Os experimentos em animais demonstraram que o polímero pode se unir a qualquer outro tipo de proteína. "Desse modo, podem ser usados antígenos de outras doenças", diz o biólogo. "A vacina poderá ser aplicada por meio de spray ou nebulização".

Segundo Yoshida, a principal vantagem da imunização por via nasal é dispensar o uso de agulhas para realizar a imunização. "Muitas pessoas têm medo de tomar injeção. O novo método aumentaria a adesão e a eficácia da vacinação junto à população", ressalta. "A eliminação das agulhas também reduziria os riscos de contaminação entre os profissionais de saúde".

Para que a vacina possa ser usada em seres humanos, serão necessários novos estudos.

"A pesquisa comprovou que o método é viável. No entanto, é preciso realizar testes imunológicos e clínicos, primeiro em animais e depois em seres humanos, para verificar se não há efeitos colaterais", observa o biólogo. "Apesar do baixo custo da matéria-prima do polímero, há necessidade de padronização e controle de qualidade para verificar a viabilidade da produção industrial".

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Olhando através das paredes

Informática

Wi-Fi vira Wi-Vi para espionar pessoas além das paredes

Redação do Site Inovação Tecnológica - 02/07/2013

Wi-Fi vira Wi-Vi para espionar pessoas além das paredes

O "Wi-Vi" baseia-se em um conceito semelhante ao do sonar e do radar de imagem, com a diferença de que ele usa a reflexão de ondas Wi-Fi de baixa potência. [Imagem: Christine Daniloff/MIT]

Espiar os outros parece ser uma das atividades humanas mais antigas, e muitos psicólogos sugerem que isto explica o gosto das multidões pelas novelas, que seriam uma maneira politicamente correta de espionar a vida alheia.

Os cientistas também formam multidões, e há muito tempo tentam usar a tecnologia para ver através das paredes, usando ondas de rádio, técnicas de radar e até a emergente tecnologia das ondas terahertz.

No experimento mais recente, cientistas holandeses haviam demonstrado que é possível fotografar um objeto atrás de uma barreira totalmente opaca.

Então, você não vai se surpreender com o trabalho de Fadel Adib and Dina Katabi, do MIT, nos Estados Unidos.

Eles usaram a tradicional técnica de transmissão de dados sem fio, a Wi-Fi, para criar o "Wi-Vi", um trocadilho para descrever uma tecnologia que usa ondas de rádio de baixa potência para enxergar através das paredes.

Além de evitar os riscos à saúde de uma eventual "visão de raios X", no melhor estilo Super Homem, a nova técnica pode ser incorporada em um aparelho portátil, ou mesmo incorporada em celulares e tablets.

Wi-Vi

O "Wi-Vi" baseia-se em um conceito semelhante ao do sonar e do radar de imagem, com a diferença de que ele usa a reflexão de ondas Wi-Fi de baixa potência.

Os pesquisadores mostraram que é possível rastrear um ser humano mesmo se a pessoa estiver em um quarto fechado ou se escondendo atrás de uma parede.

Wi-Fi vira Wi-Vi para espionar pessoas além das paredes

O sistema possui uma precisão suficiente para indicar o sentido do movimento e movimentos menores, que não envolvem andar. [Imagem: Fadel Adib/Dina Katabi]

Quando um sinal de Wi-Fi atinge uma parede, uma parte dele passa através da parede, refletindo-se nas pessoas do outro lado e retornando. Outra parte do sinal reflete-se na própria parede, e retorna imediatamente.

"Então, o que tivemos que fazer foi desenvolver uma tecnologia que possa cancelar todas essas reflexões, e manter apenas aquelas do ser humano em movimento," disse Katabi.

Para isso, são usadas duas antenas de transmissão e um único receptor.

As duas antenas transmitem sinais idênticos, mas invertidos, o que faz com que os dois sinais interfiram um com o outro, cancelando-se. Se os sinais se refletirem em qualquer objeto parado, a reflexão é idêntica, e os sinais também se anulam.

A única exceção ocorre nas reflexões que se alteram entre os dois sinais, como aquelas geradas por um objeto em movimento.

"Assim, se a pessoa se move atrás da parede, todas as reflexões dos objetos estáticos são canceladas, e a única coisa registrada pelo dispositivo é o movimento humano," explica Adib.

Conforme a pessoa se move através da sala, sua distância em relação ao receptor se altera, ou seja, o tempo que leva para que sinal refletido faça seu caminho de volta para receptor também muda. O sistema utiliza esta informação para calcular onde a pessoa está a cada momento.

Isso torna muito simples o rastreamento de uma pessoa se movimentando detrás de uma parede, dispensando as múltiplas antenas usadas nos esquemas anteriores.

Apesar do sucesso do experimento, os cientistas não souberam indicar nenhuma utilidade prática para sua criação, à exceção de espionar os outros.

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Transístor sem semicondutor dispensa silício e não esquenta

Eletrônica

Redação do Site Inovação Tecnológica - 01/07/2013

Transístor quântico dispensa o silício e não esquenta

Os elétrons saltam precisamente de ponto quântico em ponto quântico, por meio do fenômeno do tunelamento, sem perda de corrente.[Imagem: Yoke Khin Yap]

Além do silício

Computadores fundamentam-se em processadores, que são feitos de transistores, que são fabricados com semicondutores, sendo o principal deles o silício.

Esta é a tem sido a espinha dorsal da nossa atual "Era da Tecnologia", com apenas um detalhe a mais: o motor dessa era é a miniaturização, que, em última instância, permite acelerar cada vez mais os computadores.

Mas há algumas pedras nesse caminho. Uma delas é que não vai dar para diminuir muito mais os transistores. Outra é que os semicondutores têm sido muito bons, mas eles desperdiçam energia demais na forma de calor.

A eletrônica molecular tem tido seus avanços, mas não é de hoje que os pesquisadores tentam achar alguma coisa mais eficiente para substituir o silício, que permita tirar proveito do tamanho mínimo dos transistores, mas com ganhos de desempenho.

Transístor sem semicondutor

Chee Huei Lee e seus colegas da Universidade Tecnológica de Michigan, nos Estados Unidos, acabam de apresentar uma nova alternativa.

Há dois avanços importantes nesta nova técnica.

O primeiro é atropelar a miniaturização e, em vez de tentar esculpir transistores cada vez menores em pastilhas grandes, usar nanotubos, que são tipicamente "montados" de para baixo para cima, partindo do nível molecular.

O segundo avanço é a própria arquitetura do transístor, que sai do meio-termo dos semicondutores e passa a usar uma mescla de materiais isolantes e condutores.

Huei Lee usou nanotubos de nitreto de boro, que são isolantes, recobrindo-os com pontos quânticos de ouro, cada um medindo apenas 3 nanômetros de diâmetro.

Os pontos quânticos são estrutura que conseguem aprisionar partículas individuais - elétrons, por exemplo. Embora isso os faça funcionar como se fossem semicondutores - a corrente não flui continuamente, mas vai "aos saltos", eles representam uma categoria à parte, um híbrido entre um semicondutor e uma molécula individual.

Os nanotubos de nitreto de boro, um dos materiais mais duros do mundo, são isolantes, servindo como um suporte ideal para distribuir os pontos quânticos com grande precisão espacial, já que são pequenos e têm diâmetros muito uniformes.

Transístor quântico dispensa o silício e não esquenta

O transístor sem semicondutor (esquerda) e a estrutura do nanotubo de nitreto de boro (direita). [Imagem: Yap Lab/MTU]

Transístor de tunelamento quântico

Quando uma tensão é aplicada às duas pontas do nanotubo - em temperatura ambiente - os elétrons não saem correndo pelo tubo, porque ele é isolante.

Em vez disso, ocorre algo muito mais interessante: os elétrons saltam precisamente de ponto quântico em ponto quântico, por meio do fenômeno do tunelamento.

"Imagine que os nanotubos são um rio, com um eletrodo em cada margem. Agora imagine que há um caminho de pedras até o outro lado do rio. Os elétrons pulam sobre as pedras de ouro. As pedras são tão pequenas que você só pode ter um elétron em cada pedra de cada vez. Todos os elétrons atravessam da mesma forma, o faz com que o dispositivo seja sempre estável," explica o professor Yoke Khin Yap, coordenador do trabalho.

Quando a tensão é forte o suficiente, o transístor entra em estado condutor - o estado "ligado", ou "1". Quando a tensão cai ou chega a zero, ele volta ao seu estado isolante natural - o estado "desligado", ou "0".

Como os elétrons não têm como escapar pelo nanotubo, que é isolante, não há vazamento de corrente, o que torna o transístor de tunelamento metal-isolante muito eficiente, não perdendo energia na forma de calor.

O próximo passo do trabalho será colocar vários transistores de tunelamento em conjunto para demonstrar seu funcionamento em condições reais - é preciso garantir que o tunelamento de um não interfira no tunelamento que está ocorrendo no vizinho.

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Bibliografia:
Room-Temperature Tunneling Behavior of Boron Nitride Nanotubes Functionalized with Gold Quantum Dots
Chee Huei Lee, Shengyong Qin, Madhusudan A. Savaikar, Jiesheng Wang, Boyi Hao, Dongyan Zhang, Douglas Banyai, John A. Jaszczak, Kendal W. Clark, Juan-Carlos Idrobo, An-Ping Li, Yoke Khin Yap
Advanced Materials
Vol.: Article first published online
DOI: 10.1002/adma.201301339

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